A morte do pequeno Henry Trevinio Souza, de apenas três anos, gerou comoção e revolta na Zona Leste de São Paulo. A criança foi atropelada na sexta-feira (6), ao correr para o meio da rua enquanto estava com o pai em um bar no bairro Parque São Rafael.
Apesar de ter sido levada imediatamente para atendimento médico, a família afirma que houve demora e negligência por parte da rede pública de saúde. Henry não resistiu aos ferimentos e teve morte encefálica confirmada nesta terça-feira (10).
O pai do menino, Aquiles Souza Santos, relatou que o filho nunca saía sozinho do bar e que estava sendo vigiado enquanto brincava. No momento do acidente, Aquiles se virou por alguns segundos para trocar a música e, em seguida, ouviu gritos desesperados.
O menino atravessou repentinamente a rua e foi atingido por um carro. A motorista envolvida prestou socorro de imediato, levando pai e filho à UPA de São Mateus, sem esperar por uma ambulância, por medo de agravamento do quadro.
Boletim de ocorrência
Segundo o boletim de ocorrência, da UPA Henry foi encaminhado ao Hospital Geral de São Mateus, onde a situação piorou. Ao chegar à unidade, a família foi informada de que o tomógrafo estava quebrado e que não havia neurocirurgião disponível.
O caso se agravou ainda mais quando a transferência para o Hospital Santa Marcelina de Itaquera só foi realizada cerca de 12 horas depois, com a chegada tardia de uma ambulância com médico acompanhante.
Cirurgia e morte
O menino só foi operado no sábado à noite, quase 24 horas após o acidente. A família acredita que a longa espera foi determinante para a evolução da hemorragia intracraniana que causou a morte encefálica. Para eles, a situação representa um grave caso de negligência médica, e o sentimento de impotência é profundo. Aquiles descreveu o episódio como uma tragédia e cobrou respostas das autoridades de saúde.
Nota do hospital
Em nota, o Hospital Santa Marcelina informou que Henry foi prontamente atendido ao chegar e avaliado pelas especialidades necessárias. Disse também que mobilizou os recursos para o procedimento cirúrgico, reafirmando seu compromisso com a humanização e a excelência no cuidado. Ainda assim, a dor da perda e as falhas relatadas ao longo do atendimento deixaram a família revoltada e pedindo justiça.
