A morte da miss Raissa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos, chocou Curitiba e ganhou repercussão nacional após a confissão do humorista Marcelo Alves, amigo da vítima. Segundo ele relatou à polícia, o crime foi motivado por frustração após Raissa recusar se envolver romanticamente.
A jovem havia anunciado à família uma mudança para São Paulo, acreditando que havia conseguido uma oportunidade de emprego por meio do suspeito. No entanto, conforme apurado pelas autoridades, essa promessa não passava de uma armadilha planejada para atraí-la até a casa dele.
Detalhes sobre morte de miss em Curitiba vem à tona
O crime aconteceu no dia 2 de junho, quando Marcelo Alves buscou Raissa em casa. Ela vivia com amigas no bairro Portão, em Curitiba, e se despediu delas acreditando que estava indo para uma nova fase profissional. O suspeito contou em depoimento que levou a jovem para almoçar antes de seguirem para a residência dele. Foi lá que, segundo ele, o assassinato ocorreu, utilizando uma abraçadeira plástica para estrangulá-la. A versão foi colocada em dúvida pela polícia após o laudo preliminar apontar ausência de sinais claros de estrangulamento, além da suspeita de que Raissa tenha sido dopada.
Marcelo ainda revelou que, após o crime, chamou seu filho, Dhony de Assis, de 26 anos, para ajudá-lo a ocultar o corpo. O jovem teria comparecido à residência do pai e o auxiliado a transportar o corpo da vítima até uma área de mata em Araucária, na Grande Curitiba. Ele foi preso por ocultação de cadáver, mas pagou fiança e acabou liberado. Marcelo, por sua vez, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e permanece detido.
Investigação aponta contradição no depoimento
O caso tem características que levaram a Polícia Civil a reclassificá-lo como feminicídio. A delegada responsável, Aline Manzatto, afirmou que a investigação revelou elementos que apontam premeditação, além da motivação estar ligada ao gênero da vítima. Ela destacou que o humorista demonstrou frustração emocional com a negativa de Raissa e que não foram localizadas as ferramentas mencionadas por ele como supostamente utilizadas na ocultação do corpo, o que compromete ainda mais sua versão.
O corpo da miss foi encaminhado para perícia e será levado para Paulo Afonso, na Bahia, sua cidade natal. As investigações continuam, especialmente para esclarecer se as lesões encontradas são compatíveis com o relato do suspeito. A delegada também deixou claro que novas diligências serão realizadas nos próximos dias, incluindo o aprofundamento nos exames toxicológicos e eventuais contradições no depoimento do investigado.