Entre as dezenas de feridos e o clima de desespero após a queda do voo AI171, um sobrevivente, o britânico Vishwash Kumar Ramesh, de 40 anos, relatou ao jornal local ter escapado com vida do acidente que matou ao menos 240 pessoas. Ele estava consciente e apresentava ferimentos no peito, olhos e pés, mas conseguia conversar com os médicos e jornalistas. Segundo o depoimento, o impacto ocorreu segundos após a decolagem, sem qualquer aviso ou tempo de reação.
O voo, operado por um Boeing 787-8 Dreamliner, caiu logo após sair da pista do Aeroporto Internacional de Ahmedabad. A aeronave atingiu uma área residencial próxima ao terminal, provocando um incêndio de grandes proporções. Três prédios foram parcialmente destruídos. É o primeiro acidente com vítimas fatais envolvendo esse modelo desde sua entrada em operação, em 2011. Vishwash viajava com o irmão, Ajay Kumar Ramesh, de 45 anos, que até o momento permanece desaparecido. O sobrevivente contou que, após recuperar a consciência, correu em meio aos destroços, até ser socorrido e levado ao hospital.
Sobrevivente diz o que viu
Com nacionalidades variadas entre os passageiros, a tragédia mobilizou autoridades dentro e fora da Índia. Estavam a bordo 169 cidadãos indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense. O rei Charles III divulgou nota dizendo estar profundamente chocado com o ocorrido, destacando a dor compartilhada por diversas nações atingidas pelo desastre.
Sobrevivente da queda, Vishwash revelou o que viu após a queda do avião: “Havia corpos por todos os lados”. Ele também fez um pedido desesperado sobre seu irmão: “Ele estava viajando comigo e agora não consigo encontrá-lo. Por favor, me ajudem a achá-lo”. A prioridade, segundo as autoridades, é identificar os mortos e continuar as buscas por possíveis sobreviventes entre os escombros.
Boeing colabora nas investigações
As investigações seguem a cargo do Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia, com apoio da Boeing. Técnicos devem começar a análise das caixas-pretas ainda nesta semana. As causas exatas da perda de altitude repentina ainda não foram determinadas. No entanto, a queda abrupta, a proximidade com o solo e a ausência de comunicação com a torre após o chamado de emergência inicial tornam o caso particularmente complexo. Especialistas apontam que os próximos dias serão decisivos para esclarecer o que levou ao maior desastre aéreo do país nos últimos anos.