Nas últimas 24 horas, a tensão foi constante para o brasileiro Vagner Landskron, de 43 anos, residente em Yoqneam Illit, Israel. Em duas ocasiões os alarmes de ataque aéreo soaram na cidade, sendo uma delas apenas um minuto após ele conceder uma entrevista à GloboNews.
Localizada a cerca de 80 quilômetros de Tel Aviv e a 21 quilômetros de Haifa, a região onde vive Vagner tem sentido os impactos do conflito na zona próxima aos bombardeios.
Gaúcho relata desespero em meio a bombardeiro
Acostumado com o clima de guerra desde que se mudou para Israel em 2009, o gaúcho de Arroio Grande relata que buscar abrigo virou parte da rotina. Ele, a esposa Chein, e os três filhos — de 11, 8 e 5 anos — já sabem exatamente o que fazer quando ouvem as sirenes. “A gente tenta manter um ar de brincadeira”, desabafou o brasileiro.
Até a filha mais nova reage automaticamente aos alertas, seguindo para o abrigo instalado no próprio apartamento. Para aliviar o medo das crianças, a família tenta transformar o momento em uma espécie de brincadeira, numa estratégia que lembra o enredo do filme “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni.
Apesar da familiaridade com conflitos anteriores, Vagner afirma que o cenário atual é diferente. Desta vez, o confronto envolve o poder militar do Irã, o que elevou significativamente o nível de ameaça. Segundo ele, centenas de mísseis balísticos foram lançados em um único ataque, o que só não resultou em tragédia maior graças aos sistemas de defesa de Israel.
Brasileiro não cogita voltar ao Brasil
Mesmo diante do perigo iminente, Vagner não cogita retornar ao Brasil por enquanto. Ele menciona os laços familiares da esposa, amizades construídas ao longo dos anos e a vida já estabelecida no país como motivos para permanecer. A decisão não é simples, mas reflete uma escolha baseada em vínculos e responsabilidade.
