A tragédia com o balão em Praia Grande (SC), que deixou oito mortos e 13 feridos no último sábado (21/06), segue gerando repercussão e questionamentos sobre a legalidade e segurança da operação.
Nesta terça-feira (25), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o piloto responsável pelo voo, Elves de Bem Crescêncio, não possuía a licença de Piloto de Balão Livre (PBL) — exigida para conduzir voos certificados no Brasil.
Anac realizou reuniões sobre passeio de balão
Em nota, a agência destacou que não há atualmente no país operações certificadas de balões voltadas ao transporte regular de passageiros, ou seja, todas as atividades do tipo operam sob o regime de aerodesporto, considerado uma prática de risco assumida pelos próprios participantes.
A Anac também revelou que dias antes da tragédia, em 6 de junho, realizou reuniões com autoridades locais e representantes do setor turístico para discutir o aumento da prática do balonismo na região e alertar sobre os requisitos necessários para a eventual transição para operações comerciais certificadas.
Defesa do piloto se pronuncia após informação da Anac
A defesa do piloto, no entanto, rebateu as informações da Anac. O advogado Clovis Rogério afirmou que Crescêncio é piloto instrutor de voo e está devidamente cadastrado como aerodesportista junto à própria Anac.
Segundo ele, o profissional possui mais de 700 horas de voo e participa regularmente de competições oficiais de balonismo. A empresa responsável pelo passeio, a Sobrevoar Serviços Turísticos, teria todos os balões cadastrados corretamente para voos desportivos, conforme alegado pela defesa.
O piloto relatou à Polícia Civil que o incêndio começou após uma falha no maçarico auxiliar, usado para acender a chama principal do balão. Ele ainda disse que tentou conter o fogo com um extintor, que não funcionou ao ser utilizado.
