Selic a 15%: o Brasil afunda e quem paga a conta somos sempre nós — os otários de sempre

Enquanto o governo gasta sem limites, o Banco Central tenta salvar a economia punindo quem trabalha.

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A palhaçada econômica brasileira atingiu um novo nível: a Selic chegou a 15%. E não, não é erro de digitação. O Banco Central decidiu que, para lidar com a bagunça fiscal, a saída é espremer o brasileiro até o último centavo. É a velha fórmula nacional: o governo gasta, a bomba estoura, e quem sangra é o povo.

Enquanto o Boletim Focus brincava de ilusão otimista prevendo manutenção da taxa, o mercado — que vive no mundo real — já sabia da alta. E ela veio. Afinal, com um rombo fiscal que beira os 8% do PIB e mais de R$ 930 bilhões em juros da dívida pública nos últimos 12 meses, não há milagre que segure a inflação. Nem ministro com discurso bonito. A única saída que o Banco Central conhece é a velha e cruel tesoura no consumo via Selic. E claro, funciona — desde que você não se importe em destruir famílias, fechar pequenos comércios, congelar investimentos e ampliar a miséria.

A inflação é só a ponta do iceberg — o buraco é político

E não se engane: isso não tem nada de técnico. É político. O Banco Central tenta tampar com juros o buraco cavado por um governo que vive de ilusão e gastança. A arrecadação bate recorde, mas o dinheiro escorre pelo ralo de um Estado paquidérmico, ineficiente e viciado em populismo. O governo finge combater a inflação, mas insiste em manter a máquina pública inchada para alimentar apadrinhados, emendas parlamentares e planos de reeleição. É o Brasil em sua forma mais patética: um parasita que mata o hospedeiro — o contribuinte — para manter o teatro funcionando.

Enquanto isso, o brasileiro vê seu salário evaporar mês a mês. A inflação que “caiu” continua viva e mordendo, especialmente no prato do pobre. O que dizer da reduflação, essa enganação institucionalizada onde o pacote continua caro, mas vem com menos produto? Café de 250g virou 200g. Cereal agora tem mais ar que grãos. Quando o produto não encolhe, a qualidade despenca. Mas a culpa, segundo Brasília, é do petróleo, da guerra no Oriente Médio, ou do clima na Patagônia. A criatividade para terceirizar culpa é infinita.

Crise lá fora, covardia cá dentro: a resposta do governo é sempre imposto

Com Trump no poder, o cenário apocalíptico se completa. Juros globais mais altos, menos liquidez e investidores tirando grana de países que fedem a risco — como o nosso. O real vai derreter ainda mais e o preço do pão francês vai virar item de luxo. E sabe o que o governo faz? Aumenta impostos. Porque, para eles, mexer em privilégio, cortar gasto, encarar a realidade… nem pensar. É mais fácil esfolar quem trabalha do que bater de frente com a máquina.

O Congresso até ensaia alguma resistência — derrubou o decreto do IPI, ensaiou um chilique contra novos tributos — mas é teatro. No fundo, parlamentares querem só garantir seu quinhão no orçamento. E que se dane o país. Que se dane você. Que se dane o futuro.

E enquanto essa ópera bufa continua, o Banco Central tenta conter a inflação com uma mão, enquanto com a outra ajuda a estrangular a economia. É como tentar curar uma febre queimando o paciente inteiro. Sim, a inflação precisa ser combatida. Mas manter a Selic em 15% num país com desemprego, informalidade e miséria crescentes é a receita perfeita para empurrar o Brasil de volta ao abismo.

O resultado? Crédito inacessível, consumo estagnado, pobreza aumentando. Mas os cofres de Brasília continuam cheios. O povo se endivida, o governo sorri. E quando o colapso vier de verdade — porque ele vem —, os mesmos que hoje fingem governar vão aparecer dizendo que “ninguém poderia prever”.

O brasileiro virou refém de uma elite política que se recusa a cortar na própria carne e de uma política monetária que pune quem tenta sobreviver. Se a Selic a 15% é a “solução”, o problema, meu caro, somos nós por continuarmos aceitando esse circo.

Vale ressaltar que as opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem, necessariamente, a posição da i7 Network. Sempre incentivamos a análise crítica e a busca por informações embasadas antes de formar qualquer opinião.