O corpo da brasileira Juliana Marins foi encontrado entre 2.600 e 3.000 metros de altitude, no Monte Rinjani, quatro dias após a queda em uma trilha vulcânica. Em entrevista à revista Caras, o médico Wandyk Allison explicou que múltiplos fatores fisiológicos podem ter contribuído para a morte.
De acordo com o especialista, a desidratação pode ter sido o principal agravante. A falta de água torna o sangue viscoso e sobrecarrega os rins, levando à falência aguda. Ao mesmo tempo, o jejum prolongado pode causar hipoglicemia e exige que o corpo recorra a reservas musculares e de gordura para obter energia, aprofundando o desgaste.
Condições difíceis de o corpo humano suportar
Além disso, a exposição ao frio e à altitude elevada pode induzir hipotermia e hipoxia. Em ambientes com menos oxigênio, o organismo sofre taquicardia, hiperventilação e edema pulmonar. A baixa temperatura também provoca tremores intensos, taquicardia e vasoconstrição, fatores apontados como possíveis desencadeadores de parada cardíaca.
“A exposição por 4 dias sem comida, sem água, em temperatura extrema e baixa oferta de oxigênio foi um cenário de múltiplas agressões fisiológicas que o corpo humano dificilmente consegue suportar”, explicou o profissional de saúde em um cenário hipotético.
Múltiplos fatores podem ter contribuído para o óbito
Todavia, não foi apenas um único fator que pode ter levado à falência. A associação de desequilíbrios hidreletrolíticos, acidose, lesão renal e possibilidades de edema cerebral podem tornar o quadro inviável para a sobrevivência. A exposição contínua e sem proteção pode ter selado o destino de Juliana em poucas horas.
O médico ressaltou que, em cenários como esse, não há defesa natural que resista por muitos dias. A tragédia evidencia a necessidade de resgates imediatos em altitudes elevadas, sob condições adversas, e reforça a fragilidade humana em situações extremas.
