O alpinista indonésio Agam, que se voluntariou para participar do resgate da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, relatou os momentos de extrema tensão vividos durante a operação. Ao lado de seu companheiro Tyo, também guia local, ele enfrentou condições perigosas, com risco constante de queda e deslizamentos.
Segundo ele, a equipe estava ciente de que poderia perder a vida a qualquer momento durante a missão. Agam compartilhou os detalhes em uma transmissão ao vivo no Instagram, acompanhado por uma intérprete que traduziu suas palavras para o português. Ele descreveu o resgate como uma experiência traumática e inesquecível.
Desafios no resgate de Juliana Marins
Em diversos momentos, os alpinistas enfrentaram o desabamento de partes do terreno, o que provocava queda de pedras e areia, aumentando ainda mais o perigo. “Podíamos cair a qualquer momento”, desabafou.
A ancoragem das cordas, que servia de apoio para a descida, começou a se soltar do solo, obrigando a equipe a redobrar o cuidado. Mesmo diante de temperaturas extremamente baixas e visibilidade limitada pela neblina, Agam e outros sete voluntários decidiram continuar.
Eles passaram a noite em um penhasco instável, a poucos metros do corpo de Juliana, aguardando o apoio de outra equipe. Agam permaneceu no local durante a madrugada, segurando o corpo da jovem para evitar que ele escorregasse pela encosta. Foram mais de 15 horas de esforço contínuo, sem alimentação adequada e expostos ao frio intenso. A visibilidade era tão reduzida que ele só conseguia enxergar a cinco metros de distância.
Ato de alpinista comoveu os brasileiros
Mesmo sem conseguir salvá-la com vida, o ato heroico de Agam comoveu o público brasileiro. Nas redes sociais, ele foi amplamente elogiado e recebeu milhares de mensagens de gratidão. Em poucas horas, seu perfil já somava mais de 800 mil seguidores, simbolizando o reconhecimento por sua coragem e solidariedade.
