Babá é investigada por suposto envenenamento de bebê com remédio psiquiátrico no Pará

Segundo a Polícia Civil, a mulher teria dado quetiapina ao bebê de 11 meses para mantê-lo sedado durante a noite e evitar cuidados constantes.

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A Polícia Civil do Pará iniciou uma investigação em Belém sobre um preocupante caso de suposto envenenamento de um bebê de 11 meses por sua babá. A principal linha de apuração indica que a funcionária teria administrado medicação psiquiátrica à criança por vários dias, visando mantê-la sedada durante o período noturno. De acordo com o delegado Theo Shüler, encarregado do inquérito, o objetivo da babá seria evitar o trabalho noturno. Ele esclareceu: “Ela trabalhava apenas nesse turno e, para não ter trabalho, teria usado a quetiapina para que o bebê dormisse”.

Segundo informações do G1, a investigação teve início quando os pais do bebê perceberam alterações no comportamento da criança. O filho chegava a adormecer subitamente durante atividades como brincadeiras e refeições, o que despertou a preocupação familiar.

Pais desconfiaram de sonolência

“Ele cochilou na motoca e, em outro momento, almoçando. Foi aí que ligamos o alerta“, relatou o pai. Diante da situação, o casal decidiu verificar as gravações da câmera de segurança instalada no quarto do filho e, para sua consternação, flagrou a babá administrando algo na boca da criança. O pai expressou seu desgosto, dizendo: “É um sentimento que não desejo a ninguém”.

Remédios achados com a babá

Após a formalização da denúncia, a polícia iniciou o monitoramento da funcionária e localizou em sua mochila comprimidos de quetiapina e sertralina, fármacos de uso adulto e sem indicação pediátrica. A mulher foi detida na residência de seu namorado, onde também foram apreendidos outros medicamentos e seringas, que foram encaminhados para análise pericial.

O delegado responsável pelo caso informou que os sintomas observados anteriormente indicam que a prática já vinha ocorrendo há vários dias. A suspeita será formalmente acusada por tentativa de homicídio qualificado. O bebê foi prontamente encaminhado ao hospital, onde foi submetido a uma lavagem gástrica e recebeu carvão ativado para neutralizar os efeitos das substâncias.

Adicionalmente, foram realizados exames toxicológicos, e o resultado do laudo é aguardado para o mês de julho. A polícia recomenda que outras famílias que tenham contratado os serviços da babá e possuam qualquer suspeita procurem a delegacia. A defesa da acusada, por sua vez, sustenta que ela não teve intenção de dopar a criança e nega qualquer tentativa de lesar a saúde do bebê. As investigações prosseguem.