A morte de Guilherme Dias Santos Ferreira, um jovem marceneiro negro de 26 anos, baleado por um policial militar na Zona Sul de São Paulo, causou profunda indignação e tristeza entre seus entes queridos. O incidente ocorreu quando Guilherme saía do trabalho e ia em direção ao ponto de ônibus. Ele foi atingido na cabeça, carregando consigo apenas itens pessoais como uma marmita, talheres, um livro e suas roupas de trabalho.
Sua esposa, Sthephanie Ferreira, manifestou veementemente a crença de que o crime teve motivação racista. Ela expressou sua revolta com a seguinte indagação: “Só porque é um jovem negro, preto e estava correndo para pegar o ônibus, [ele] atirou. O que é isso? Que mundo é esse?”.
PM atira após confundir jovem com assaltante
Em Parelheiros, na noite de sexta-feira, 4 de julho, um incidente resultou na morte de Guilherme. Segundo o registro policial, o policial Fábio Anderson Pereira de Almeida afirmou ter reagido a uma tentativa de assalto envolvendo motociclistas. Ele alegou ter confundido Guilherme com um dos assaltantes e efetuou um segundo disparo, que foi fatal.
A Polícia Civil confirmou que Guilherme não tinha nenhuma ligação com o crime e o considerou vítima. Imagens do ponto eletrônico apresentadas por testemunhas e colegas de trabalho demonstraram que Guilherme deixou o trabalho às 22h28, poucos minutos antes do tiro que o atingiu, por volta das 22h35.
Esposa estranha atraso e lembra última mensagem
Sthephanie, esposa de Guilherme, contou que ele sempre mantinha contato, e na noite do incidente, ele a avisou por mensagem, às 22h38, que estava a caminho de casa. A demora de Guilherme causou estranhamento em Sthephanie, que comentou: “Ele nunca chegava tarde. Se tivesse qualquer problema, sempre me avisava.”
Horas depois, o corpo de Guilherme foi encontrado na rua por seu cunhado. Sthephanie descreveu a cena com dor: “Ele estava lá jogado, não pudemos nem chegar perto.” A viúva enfatizou que o marido era uma pessoa de fé, muito apegado à família e ao trabalho, afirmando: “Era do serviço pra casa, da casa pra igreja. Nunca se envolveu com nada errado.”
