Um homem investigado por seu suposto envolvimento na tentativa de sequestro do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR), ocorrida em 2023, foi detido na segunda-feira (7/7) de 2025 em Osasco, na Grande São Paulo. A prisão foi efetuada por policiais do Comandos e Operações Especiais (COE) durante um patrulhamento de rotina. Ao verificar a identidade do indivíduo, as autoridades constataram que ele possuía um mandado de prisão em aberto. No momento da abordagem, foram encontrados com ele dois aparelhos celulares e aproximadamente R$ 4 mil em espécie.
O caso da tentativa de sequestro de Sergio Moro ganhou destaque em janeiro deste ano, quando a Justiça Federal no Paraná proferiu a condenação de oito membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), acusados de planejar a ação. A decisão foi emitida pela 9ª Vara Federal em Curitiba (PR). Três outros denunciados foram absolvidos, e dois indivíduos envolvidos no plano faleceram na prisão após a divulgação do esquema. A denúncia aceita pela Justiça indicava que a motivação para o sequestro estaria ligada à atuação de Moro como ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.
Motivações e Operação Policial
A denúncia detalhava ao menos dois motivos principais para o plano: as transferências de integrantes do PCC para presídios federais e a proibição de visitas íntimas nesses estabelecimentos prisionais. Estima-se que o planejamento da ação tenha custado ao menos R$ 564 mil aos cofres do PCC. Em março de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sequaz, cumprindo 11 mandados de prisão e realizando diligências contra membros do PCC envolvidos no esquema contra o ex-ministro. As investigações da PF revelaram que Moro chegou a ser monitorado, e uma tentativa frustrada de sequestro foi realizada. Um clube em Curitiba, onde o ex-juiz da Lava Jato votou em 2022, também foi alvo de monitoramento. A investigação iniciou após o depoimento de um ex-integrante do PCC que passou a colaborar com a Justiça e revelou o plano aos investigadores.
O suspeito detido na segunda-feira em Osasco também possuía um mandado de prisão em aberto por participação em um roubo a um avião pagador no aeroporto de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, ocorrido em 2024. Ele é acusado de ter fornecido apoio operacional e logístico para a execução desse crime, integrando um dos veículos utilizados na ação, que havia partido do estado de São Paulo dias antes. Na ocasião, os criminosos utilizaram viaturas falsas para abordar a aeronave logo após o pouso e efetuar o roubo. Um policial e um assaltante faleceram durante a troca de tiros.
Conexões e Histórico Criminal
Segundo informações da Polícia Militar, em uma das operações para prender o grupo, a Polícia Federal descobriu conexões entre o assalto e a cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC). A Secretaria da Segurança Pública informou que o homem preso em Osasco integra o PCC desde 2019. Ele também é suspeito de planejar um ataque ao setor de retaguarda e tesouraria do Banco do Brasil em Caruaru (PE).
