O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta sexta-feira (11), a tradicional escala de trabalho 6 x 1 — seis dias de serviço para apenas um de descanso. Em evento no Espírito Santo, ele afirmou que é hora de inventar um novo modelo, mais flexível. “A humanidade não quer mais seis por um. É preciso inventar um jeito de ter uma outra jornada de trabalho, mais flexível, porque as pessoas querem ficar mais em casa. As pessoas querem cuidar mais da família”, declarou.
O tema já havia sido mencionado por Lula no Dia do Trabalhador, em 1º de maio, quando propôs aprofundar o debate sobre o assunto. Agora, ele reforçou a ideia ao lançar um programa de auxílio para vítimas do rompimento da barragem em Mariana (MG). “O trabalhador não aguenta mais acordar às cinco da manhã e voltar às sete da noite durante seis dias por semana”, afirmou o presidente.
Debate sobre nova jornada ganha força nas ruas
A discussão sobre o fim da jornada 6×1 ganhou tração no país após protestos em várias cidades nesta quinta-feira (10). As manifestações pressionam o Congresso a avançar com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim dessa escala. No entanto, a matéria enfrenta forte resistência de setores empresariais, que alegam aumento nos custos operacionais.
Segundo Lula, é papel do governo ouvir trabalhadores e empresários para repensar os modelos atuais sendo que uma das alternativas seria utilizar a OIT [Organização Internacional do Trabalho], para que o tema seja debatido.
Empresários reagem, mas governo promete avançar
Apesar das críticas da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que representa o setor patronal, o governo considera o tema prioritário para 2025. Em seu discurso, Lula lembrou que a juventude está ao seu lado e também não quer mais essa jornada. Ele destacou as mudanças necessárias devem ser feitas sem que seja afetada a qualidade de vida dos trabalhadores.
