Uma operação da polícia em Belo Horizonte levou à prisão de Anne Casaes, de 38 anos, conhecida como a ‘Dama do Crime’. A Polícia Civil a identifica como uma das principais orquestradoras de esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes bancárias ligados ao Comando Vermelho (CV).
Anne foi detida na terça-feira, dia 15 de julho de 2025, em uma cobertura no bairro Buritis, na região Oeste da capital mineira. Ela estava no local para realizar uma cirurgia plástica. No entanto, poucas horas após a prisão, a Justiça concedeu a ela a liberdade, considerando que Anne é mãe de uma criança de 2 anos e estava em recuperação do procedimento cirúrgico.
Operação Reversus desmonta esquema criminoso
A prisão de Anne faz parte da Operação Reversus, uma iniciativa que busca desmantelar a estrutura financeira de grupos criminosos atuantes em várias regiões do Brasil. A operação resultou no cumprimento de 26 mandados de prisão e mais de 50 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O foco principal da ação é interromper o fluxo de dinheiro que financia o tráfico de drogas entre os estados.
As investigações revelaram que Anne desempenhava uma função crucial dentro do Comando Vermelho (CV). Ela era encarregada de facilitar a comunicação entre os líderes da facção em diferentes estados e de gerenciar as transações financeiras do grupo. A Polícia Civil indica que sua participação nas atividades criminosas aumentou após o assassinato de seu ex-marido, Júnior Gago, que era o antigo líder do tráfico do CV no Mato Grosso e foi morto na Bolívia.
Nas plataformas digitais, Anne se identifica como CEO e fundadora de um instituto de beleza em Cuiabá, Mato Grosso, e compartilha momentos com sua família e filhos. Em 2022, ela postou uma imagem de um teste de gravidez, acompanhada da mensagem: “Que venha com muita saúde, porque do resto Deus cuida.”
Defesa nega envolvimento
É importante notar que ela já havia sido detida em Minas Gerais por delitos relacionados a associação criminosa e lavagem de dinheiro. A defesa de Anne refuta qualquer participação dela nos crimes sob investigação, alegando falta de acesso aos autos processuais, que correm em segredo de justiça, e expressa fé na elucidação dos fatos e na inocência de sua cliente.
