Bernardo Gomes de Oliveira, de apenas três anos, faleceu após ser vítima de uma picada de escorpião-amarelo na cidade de Cambará, no norte do Paraná. Os pais, Márcio Oliveira e Bianca Gomes, descreveram à RPC uma rotina marcada por riscos, já que a residência deles é cercada por terrenos com muito mato, ambiente propício à presença de animais peçonhentos.
A tragédia aconteceu na manhã do último domingo (13), quando Bernardo foi até a área externa da casa para calçar um par de sapatos, momento em que foi surpreendido pelo escorpião escondido dentro de um deles.
O triste ocorrido com Bernardo
De acordo com os relatos da família, o menino começou a gritar de dor ao ser picado, correndo rapidamente para o interior da casa. Posteriormente, o animal foi localizado sob um tapete no ambiente interno. Os pais buscaram atendimento médico com urgência, levando Bernardo ao Hospital Municipal de Cambará, onde receberam orientações de aplicação de soro para aliviar a dor.
No entanto, Bianca afirmou que o hospital não dispunha do antiveneno específico, uma situação comum na região, que levou a família a uma transferência de emergência para a Santa Casa de Jacarezinho, a cerca de 20 quilômetros de distância. Durante o transporte, o quadro do menino agravou-se rapidamente, com episódios de vômito e dificuldades respiratórias, indicando uma piora no envenenamento. A demora na obtenção do antídoto foi fatal: Bernardo precisaria de seis ampolas, mas a Santa Casa só tinha cinco, administrando o que estava disponível.
Bernardo pediu para não morrer
Com o agravamento do quadro, Bernardo foi transferido de helicóptero para o Hospital Universitário de Londrina, mas infelizmente, não resistiu às complicações. Seu pai, Márcio, em lágrimas, relembrou as últimas palavras do filho, que, em seus momentos finais, disse: “Não quero morrer, pai”. A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA) divulgou uma nota esclarecendo que a responsabilidade pela aquisição e distribuição do soro antiescorpiônico é do Ministério da Saúde. Segundo o órgão, a armazenagem no Paraná ocorre nas Regionais de Saúde, que devem acionar os estoques locais em caso de emergência.
