Vídeo de casal em SC com ‘condições’ para morar no estado gera denúncia ao MP por xenofobia

Vídeo com exigências para morar em Santa Catarina causa repercussão e denúncia no MP.

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Um vídeo divulgado nas redes sociais por um casal de Santa Catarina causou grande repercussão e gerou acusações de xenofobia nesta semana. Nas imagens, o casal apresenta uma série de ‘condições’ que, em sua visão, são indispensáveis para quem pretende se estabelecer no estado. Essa atitude provocou uma onda de críticas, sendo interpretada como uma forma de disseminar preconceito contra indivíduos de outras partes do Brasil.

O casal enfatiza no vídeo que “aqui não é lugar para quem não se adapta”. O homem afirma que para morar em Santa Catarina, é preciso se adaptar à cultura e honrar as tradições locais, enquanto a mulher acrescenta que “quem não gosta do nosso jeito, talvez não se sinta bem”. Eles ainda reforçam a ideia de que “Santa Catarina não é para todo mundo”, o que foi amplamente considerado um posicionamento discriminatório e excludente por muitos espectadores.

Denúncia formal e posicionamento do Ministério Público

Devido à grande repercussão de um vídeo, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) confirmou o recebimento de uma denúncia formal para investigar se o material configura crime de xenofobia, conforme a Lei nº 7.716/1989. O órgão enfatizou a necessidade de valorizar a diversidade cultural e a importância de investigar todas as formas de discriminação.

Uma parlamentar, em documento enviado ao MP na segunda-feira, dia 14, afirmou que, embora o vídeo não mencione um grupo específico, ele se alinha a discursos xenófobos frequentes em Santa Catarina. Segundo ela, esses discursos costumam marginalizar pessoas de outras regiões do Brasil, especialmente do Nordeste e Norte, tratando-as como “invasores” ou “indesejadas”.

Repercussão na web

O vídeo gerou reações diversas nas plataformas online. Uma parte considerável dos usuários condenou a atitude do casal, interpretando-a como discriminatória e em desacordo com a hospitalidade esperada. Em contrapartida, houve quem apoiasse a liberdade de expressão dos envolvidos e destacasse a importância de preservar a cultura da região.