O distrito de Uiraponga, zona rural de Morada Nova, no interior do Ceará, viveu uma transformação assustadora nas últimas semanas. Conhecida por sua tranquilidade e rotina simples, a localidade foi esvaziada após ameaças de grupos criminosos que disputam o controle da região. Com medo da violência, famílias inteiras fugiram, deixando ruas vazias, escolas fechadas e comércios abandonados.
A tensão se agravou quando um integrante de uma facção foi assassinado em plena praça pública do distrito. O crime, atribuído a um grupo rival, resultou em uma série de retaliações. Como resposta, um dos chefes do Terceiro Comando Puro, facção com atuação no estado, ordenou que os moradores deixassem suas residências imediatamente.
Serviços essenciais foram interrompidos
Com a fuga em massa dos moradores, os serviços essenciais foram interrompidos. As escolas suspenderam as aulas, o comércio encerrou atividades e o posto de saúde deixou de funcionar. A estimativa é que cerca de duas mil pessoas tenham buscado abrigo em cidades vizinhas. A imagem do distrito, agora silencioso e vazio, lembra uma cidade-fantasma tomada pelo medo.
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, que foi ao ar neste domingo (27), um dos moradores que abandonou Uiraponga contou que a população recebeu um comunicado de que tinha apenas 48 horas para deixar a região. “Receberam um comunicado de que tinham 48 horas para sair. A gente ficou com medo… decidimos juntos sair também”, disse.
Suspeito de dar ordem de expulsão é preso
Nesta segunda-feira (28), o suspeito de ordenar a expulsão dos moradores do distrito de Uiraponga, foi preso em São Paulo. O homem, de 25 anos, foi localizado por policiais do Ceará com apoio das autoridades paulistas. De acordo com informações do g1, o acusado integrava o Terceiro Comando Puro e atuava diretamente na região de Morada Nova.
