Barragem em Brumadinho atinge nível 2 de emergência e famílias começam a ser retiradas do local

Como a empresa não providenciou as medidas de segurança, subiu o nível de emergência na barragem.

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As famílias que vivem na comunidade do Quéias, em Brumadinho (MG), começaram a ser retiradas de suas casas nesta terça-feira (29). A informação foi confirmada pela associação de moradores, em decorrência do aumento do nível de emergência da barragem B1-A da Emicon Mineração e Terraplanagem. A elevação para o nível 2 ocorre quando a empresa não cumpre adequadamente as medidas de segurança exigidas pelas autoridades competentes.

Ao todo, seis famílias estão sendo transferidas para outras residências dentro da própria comunidade, mas localizadas em áreas mais elevadas. A prefeitura irá custear os aluguéis das novas moradias enquanto durar a situação de emergência.

Segundo Francisco Chargas, presidente da associação e conhecido como Ceará, a retirada de apenas seis famílias impacta toda a comunidade. Ele afirmou que a rotina da população será alterada e que o transtorno afeta diretamente o estilo de vida de todos.

Treinamento e medidas emergenciais

Na última segunda-feira (28), a Defesa Civil de Brumadinho iniciou uma série de treinamentos com servidores públicos. O objetivo é preparar as equipes para o processo de evacuação e suporte aos moradores. Um ponto de apoio está sendo instalado no CRAS Cohab, em Conceição do Itaguá, distrito de Brumadinho.

A barragem B1-A foi classificada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) como nível 2 de emergência. Essa classificação exige evacuação da Zona de Autossalvamento (ZAS), mesmo sem risco iminente de rompimento.

Falhas da empresa e atuação do MP

O motivo da elevação do nível de risco foi a ausência de documentos obrigatórios e falhas nos sistemas de alerta. Entre os itens não entregues estão a Declaração de Conformidade e Operacionalidade e o Plano de Ação de Emergência. Além disso, foram constatadas deficiências no videomonitoramento e em outros mecanismos de segurança.

O Ministério Público determinou multas diárias de R$ 5 mil à empresa. Também foi pedida a apreensão dos passaportes dos sócios da Emicon, como medida preventiva. A barragem tem 37 metros de altura e capacidade para 914 mil metros cúbicos de rejeitos.