Mulher agredida com 61 socos por Igor Cabral justifica decisão que tomou no elevador: ‘Eu não saí porque…’

Juliana Garcia, agredida com mais de 60 socos em um elevador, deu detalhes sobre a decisão que tomou antes do ataque.

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A investigação sobre a tentativa de feminicídio contra Juliana Garcia, ocorrida dentro de um elevador em Natal (RN), revelou detalhes estarrecedores sobre o ataque que durou apenas 34 segundos, mas deixou sequelas profundas. O agressor, Igor Eduardo Pereira Cabral, ex-jogador da seleção brasileira de basquete 3×3, foi flagrado pelas câmeras de segurança desferindo 61 socos contra a vítima, a maioria direcionados ao rosto. As imagens captadas pelo sistema de monitoramento do prédio foram fundamentais para a prisão preventiva do acusado.

Juliana e Igor haviam iniciado um relacionamento após se conhecerem em uma academia. Segundo testemunhas e relatos da própria vítima, o namoro era recente, mas Igor já demonstrava sinais de comportamento possessivo. No dia da agressão, os dois passaram a manhã juntos na área de lazer do condomínio.

Agressão no elevador e decisão de Juliana

Pouco depois, durante uma discussão iniciada por ciúmes, a violência explodiu dentro do elevador. Juliana disse que decidiu permanecer no fundo do elevador para se proteger graças ao sistema de segurança do prédio. “Eu não saí porque eu sabia que, se eu saísse, não ia ter câmera para filmar”. Essa escolha, segundo os investigadores, foi crucial para a elucidação do crime.

Após o ataque, Juliana foi socorrida em estado grave, apresentando diversas fraturas faciais. O cirurgião responsável por sua reconstrução facial afirmou que os danos eram equivalentes aos de uma colisão de moto sem o uso de capacete. Ela passou por um procedimento cirúrgico longo e complexo, com risco de sequelas estéticas e funcionais. Durante a internação, sem conseguir falar, escreveu em um pedaço de papel que sabia que seria agredida e por isso permaneceu no elevador, onde havia câmeras.

Caso é investigado como tentativa de feminicídio

A polícia recolheu provas contundentes, incluindo o depoimento da vítima, o vídeo da agressão e o prontuário médico, e considera o caso como tentativa de feminicídio, com indícios também de violência psicológica anterior. A delegada que conduz o caso foi categórica ao afirmar que o agressor tinha intenção de matar, dado o foco dos golpes e a brutalidade do ataque. O elevador, cenário do crime, ficou coberto de sangue, com objetos pessoais da vítima espalhados pelo chão.