A modelo carioca Jannah Nebbeling, de 29 anos, tornou públicas denúncias graves contra o jogador de futebol Jorge Báez, ex-atleta do clube Olimpia, do Paraguai. Em relatos impactantes, ela afirma ter sido vítima de uma série de abusos físicos, psicológicos e sexuais durante os três anos em que manteve um relacionamento com o atleta. O caso ganhou repercussão após a modelo divulgar nas redes sociais imagens de lesões pelo corpo, além de um vídeo em que aparece amarrada, segundo ela, registrado durante um período em que era mantida em cárcere privado.
Jannah afirma que, por mais de um ano, viveu sob controle absoluto do jogador. Segundo seu depoimento, Báez a isolava do mundo, impedia qualquer contato externo e utilizava da força física e psicológica para mantê-la submissa. Em um dos episódios narrados, ela conta que foi amarrada em uma escada, agredida com luvas de boxe e mordida.
Jannah Nebbeling afirma ter sofrido abusos
O jogador de futebol justificava o uso das luvas como forma de evitar marcas visíveis, embora ela tenha ficado com hematomas no rosto e nos olhos. A modelo também relata ter sido abusada sexualmente diversas vezes, principalmente em momentos em que estava inconsciente.
A tentativa de romper esse ciclo de violência foi dificultada pela influência de Jorge Báez no Paraguai. Jannah conta que, mesmo ao tentar buscar ajuda médica, foi orientada a não denunciar o agressor por receio de que ele pudesse manipular a polícia local. Ela também afirma que Báez pagava para silenciar a imprensa e abafar qualquer exposição do caso. Durante esse período, ela foi gravada em situações constrangedoras e obrigada a participar de práticas degradantes que o ex-companheiro tratava como “brincadeiras”.
Fuga de 40 horas para o Brasil
A fuga aconteceu apenas em 2024, quando conseguiu sair do país em uma viagem de ônibus de 40 horas até chegar ao Rio de Janeiro. Lá, procurou a Delegacia da Mulher em Jacarepaguá e formalizou a denúncia. Desde então, vem reunindo provas como prints de mensagens, vídeos, áudios e testemunhos. Ela diz que a justiça precisa agir, e que sua exposição pública é uma forma de pressionar as autoridades e alertar outras mulheres sobre os perigos do abuso encoberto por poder e influência.
