Um ano após o acidente mais grave em 17 anos, relatório sobre voo 2283, da Voepass, segue pendente

Investigações sobre a queda do voo 2283 seguem sem conclusão, deixando famílias em busca de respostas.

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Um ano após a queda do voo Voepass 2283, que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP), familiares das vítimas seguem em busca de respostas. O acidente ocorreu em 9 de agosto de 2024, quando um ATR 72-500 que partiu de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP) caiu no quintal de uma casa, sem ferir moradores.

O relatório final do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) ainda não foi divulgado, prolongando a incerteza sobre as causas da tragédia.

Hipóteses e relatos sobre falhas

A principal suspeita dos investigadores é a formação de gelo nas asas, favorecida pelo clima frio e úmido no momento do voo. Ex-funcionários da Voepass afirmaram à imprensa que, na noite anterior ao acidente, um piloto relatou problemas no sistema de degelo, mas a ocorrência não foi registrada no diário de bordo. A empresa nega negligência e afirma seguir padrões rigorosos de segurança.

Famílias em busca de justiça

A associação que reúne parentes das vítimas acusa a companhia de negligência e cobra responsabilização. Para eles, a demora no relatório aumenta a dor e mantém viva a lembrança do desastre. A Voepass diz colaborar com as investigações e afirma que a aeronave tinha o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade válido, assim como as licenças da tripulação.

O acidente, o mais grave no país em 17 anos, vitimou estudantes, famílias, casais e profissionais a trabalho. A expectativa é que o relatório final seja concluído até o fim de 2025, esclarecendo as circunstâncias da queda. Segundo a Anac, o ATR 72-500, fabricado em 2010, estava regular para voar, com certificados em dia e tripulação devidamente habilitada.