Empresário que se apresentava como cristão, marido, pai e patriota é preso em academia horas após matar gari

Empresário foi preso em academia depois de ter atirado em gari nas ruas de Belo Horizonte.

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Antes de ser preso por matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior mantinha um perfil ativo nas redes sociais, onde se apresentava como “Christian, husband, father & patriot” — ou seja: “cristão, marido, pai e patriota”. Com quase 30 mil seguidores, ele publicava conteúdos de cunho pessoal e profissional, além de exibir um estilo de vida voltado a negócios e família.

Em outro perfil, voltado ao ambiente corporativo, Renê se intitulava CEO da Fictor Alimentos, empresa que, no entanto, negou qualquer relação com ele. Em nota, a companhia informou que ele nunca teve qualquer tratativa com a companhia aberta. Apesar disso, o empresário afirmava ter experiência em grandes empresas multinacionais do setor alimentício e de bebidas, algo que não foi detalhado publicamente.

Crime contra gari

A imagem cultivada nas redes sociais contrasta com o ato violento registrado na segunda-feira (11). Segundo testemunhas, Renê discutiu com a motorista de um caminhão de lixo porque ela não teria retirado o veículo da rua para ele passar.

Irritado, ameaçou atirar na condutora e, ao ser interpelado por outros garis, sacou a arma e disparou contra Laudemir, que morreu no hospital. O crime ocorreu em plena luz do dia e causou revolta entre colegas de trabalho da vítima e moradores.

Intolerância no trânsito

Para a Polícia Militar, a conduta do empresário foi motivada por intolerância no trânsito, mas investigações ainda vão apurar todos os detalhes. O carro envolvido era um modelo elétrico BYD, e a arma utilizada pertencia à esposa de Renê, delegada da Polícia Civil. Detido horas depois em uma academia, Renê segue preso enquanto aguarda a conclusão do inquérito.