O empresário Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, foram presos nesta terça-feira (12) em operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A ação, chamada Operação Ícaro, investiga um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda paulista. Um auditor fiscal apontado como líder do grupo também foi detido. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências, empresas e outros endereços ligados aos suspeitos.
Apreensões reforçam suspeitas de corrupção
Em Alphaville, a polícia encontrou dinheiro em espécie e pacotes de esmeralda na casa de um dos investigados. Em São José dos Campos, na residência de outro auditor, foram apreendidos R$ 330 mil, cerca de US$ 10 mil e 600 euros. Segundo o MP-SP, o servidor manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários de empresas, recebendo propina mensal por meio de uma empresa registrada no nome da mãe.
Esquema teria movimentado R$ 1 bilhão
O Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC) apura que o esquema pode ter movimentado aproximadamente R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. A Secretaria da Fazenda informou que abriu processo administrativo para apurar a conduta do servidor e solicitou ao MP acesso às informações, reiterando seu compromisso com a ética e a justiça fiscal.
O MP-SP afirma que a operação é resultado de meses de apuração, incluindo análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. Os investigados podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A reportagem tentou contato com as defesas de Sidney Oliveira e Mario Otávio Gomes, bem como com as assessorias da Ultrafarma e da Fast Shop, mas não obteve resposta até o momento.
