A Justiça de São Paulo negou o habeas corpus de Pedro Camilo Garcia Castro, fisiculturista acusado de agredir brutalmente sua namorada, uma médica de 27 anos, no dia 14 de julho, em um apartamento no bairro de Moema, capital paulista. Ele permanece preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente. A vítima sofreu múltiplas fraturas no rosto, precisou ser entubada e passou por várias cirurgias.
Recuperação lenta e sequelas
A médica está em recuperação em sua casa, em Santos, sob os cuidados da família. Segundo a advogada da vítima, ela já recuperou parcialmente a consciência e apresenta melhora nos movimentos, mas ainda sofre com abalo emocional e sequelas físicas. Foram realizadas cirurgias no nariz, olhos, arcada dentária e seios da face, e novas intervenções reparadoras estão previstas. Inicialmente, familiares afirmaram que a jovem não se lembrava da agressão, mas parte da memória foi recuperada.
Defesa cita problemas de saúde
A defesa do acusado, alegou que a prisão preventiva foi irregular, afirmando que não houve perseguição, que o tempo até a captura foi excessivo e que o cliente não portava armas. Ressaltou que Castro é réu primário, tem residência fixa e está em tratamento psicológico e psiquiátrico, com uso contínuo de medicamentos. Também apontou diagnósticos e investigações de transtorno bipolar, esquizoide, anorexia, abuso de substâncias, doença cardíaca e histórico de tentativas de tirar a própria vida.
O advogado informou que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar substituir a prisão por medidas cautelares, alegando ainda que o acusado não foi operado da fratura na mão sofrida durante a agressão.
Decisão mantida e reação da vítima
A 7ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP manteve a prisão, apontando a gravidade do crime e a necessidade de proteger a vítima. O relator, desembargador Klaus Marouelli Arroyo, considerou inexistentes irregularidades ou problemas de saúde que impeçam o tratamento de Castro no sistema prisional.
A advogada da vítima comemorou a decisão, destacando que ela simboliza a proteção às mulheres vítimas de violência e garante segurança à médica e à família. Ela reforçou que espera uma punição proporcional à gravidade do crime, com pena rigorosa e início do cumprimento em regime fechado.
