O influenciador paraibano Hytalo José Santos Silva, de 28 anos, conhecido como Hytalo Santos, foi preso em São Paulo acusado de tráfico humano e exploração sexual infantil. A prisão ocorreu após denúncia do youtuber Felca, que expôs vídeos do influenciador com menores em situações de sexualização. Santos já era investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) desde 2024 por suspeita de crimes semelhantes.
A denúncia, que alcançou milhões de visualizações, mostrou conteúdos envolvendo crianças e adolescentes em contextos de conotação sexual. A repercussão levou a Meta a banir seus perfis no Instagram e também o de uma adolescente de 17 anos apresentada como sua “filha adotiva”. Em manifestação anterior, Hytalo afirmou ter conhecimento das investigações.
Esquema de emancipação e benefícios
Segundo o MPPB, Santos oferecia presentes, como celulares, pagamento de aluguéis e mensalidades escolares, a familiares de menores em troca de suas emancipações. A suspeita é de que cerca de 17 adolescentes, a maioria emancipada, tenham participado de vídeos e transmissões online com conteúdo sexualizado. O promotor João Arlindo Côrrea reforça que o objetivo é apurar se esses benefícios estavam diretamente ligados à exploração.
Natural de Cajazeiras, Hytalo construiu sua imagem digital como alguém que “adotava” jovens e os chamava de “crias”, exibindo a rotina em reality shows online. Com a popularização de suas produções, novos adolescentes e influenciadores mirins foram incorporados ao grupo, batizado de Turma do Hytalo, que passou a exibir brincadeiras e interações de cunho sexual.
Rifas sob investigação
O MPPB, o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Civil solicitaram à Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) a suspensão da empresa de rifas e sorteios de Hytalo. As autoridades apontam o uso irregular de imagens de menores para promover a atividade, o que configura risco de exploração e violação de direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. Entre as irregularidades estão a exposição sexualizada de adolescentes, exploração de trabalho infantil e ausência de mecanismos para impedir o acesso de menores a jogos de apostas. O perfil da empresa, com mais de 1,9 milhão de seguidores, segue ativo, mas sem novas publicações.
