Previsões de especialistas apontam para a possibilidade de um aumento significativo no número de tempestades solares extremas até o final de 2025. Esse fenômeno tem o potencial de causar um apagão em escala global. Tais tempestades são causadas por explosões solares que expelem massa coronal em direção à Terra.
Essas emissões de massa coronal consistem em erupções de gás ionizado originadas na coroa solar, atingindo temperaturas elevadas. Ao chegar ao campo magnético terrestre, esse gás pode gerar tempestades geomagnéticas. Tais eventos podem prejudicar sistemas de comunicação e a infraestrutura elétrica global.
Em 2020, no início do atual ciclo solar, um grupo de instituições científicas, incluindo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), notou um aumento nas manchas solares, superando as previsões iniciais. O ciclo solar, que dura cerca de 11 anos, passa por fases de Mínimo Solar, Máximo Solar e Declínio, e a observação de manchas solares ajuda a prever tempestades com alguns dias de antecedência.
O risco para a infraestrutura global
A dependência da internet torna o cenário de uma tempestade solar extrema particularmente preocupante. Segundo o professor Peter Becker, da Universidade George Mason, a internet se desenvolveu durante um período de relativa calmaria solar. A conjunção da atividade solar crescente com a nossa dependência tecnológica nunca ocorreu antes na história da humanidade.
O professor Becker lidera um projeto de alerta em colaboração com o Naval Research Laboratory, visando dar tempo para que governos e empresas tomem medidas de proteção. Após uma ejeção de massa coronal, o tempo de reação é de apenas dois a quatro dias para mitigar os impactos. Quando nuvens de plasma atingem a Terra, a interação com o campo magnético pode gerar sobrecarga elétrica que pode danificar sistemas.
A probabilidade de impacto
Os danos potenciais de uma tempestade solar extrema são consideráveis, podendo fritar a infraestrutura eletrônica por semanas ou meses. Isso afetaria desde computadores a sistemas de energia. Segundo Becker, existe uma chance de 10% de que um evento dessa magnitude ocorra na próxima década.
A previsão é que, se um evento desse tipo acontecer, governos, empresas e instituições terão poucos dias para agir e tentar evitar um desastre tecnológico. O professor reforça a necessidade de preparo, considerando o cenário de uma infraestrutura global interligada e dependente de eletrônicos sensíveis.
