A médica Samira Khoury, de 27 anos, que teve a vida devastada após um ataque brutal do então namorado, o fisiculturista Pedro Camilo Garcia Castro, decidiu romper o silêncio um mês depois da agressão. Ela relatou que, durante a violência, sofreu fraturas no crânio, lesões faciais graves e danos permanentes na visão. Segundo Samira, todas as estruturas que sustentavam seu globo ocular foram destruídas, assim como diversos ossos do rosto, em uma noite que deveria ser de comemoração pelo seu aniversário.
De acordo com o relato, tudo começou após um momento de diversão em uma balada. Samira voltou sozinha para o apartamento alugado em São Paulo, mas, horas depois, Pedro chegou alterado. O primeiro golpe veio sem aviso, e a médica desabou no chão, perdendo a consciência. Quando recuperou os sentidos, percebeu que ainda estava sendo espancada, e fingiu desmaiar para tentar sobreviver. Mesmo assim, continuou recebendo socos no rosto, em uma sequência que durou cerca de seis minutos. Vizinhos ouviram os gritos e acionaram a polícia, que encontrou a vítima inconsciente.
Pedro não tomou medidas para salvar Samira
Pedro foi preso em flagrante e alegou uso de anabolizantes, medicamentos controlados e problemas emocionais para justificar a agressão. O juiz, no entanto, converteu a prisão em preventiva, destacando a brutalidade e covardia do ato. Para o magistrado, o crime se revestiu de violência exacerbada e indicou alto grau de periculosidade. A defesa do agressor informou que recorrerá, mas especialistas afirmam que os indícios apontam para uma tentativa clara de feminicídio, principalmente pelo fato de o autor não ter tomado nenhuma atitude para salvar a vítima após o espancamento.
Enquanto isso, Samira enfrenta as sequelas da violência. A médica perdeu parte dos movimentos do lado esquerdo do rosto e teve a visão comprometida. Ela precisará passar por novas cirurgias e está afastada da carreira e da pós-graduação. Um detalhe que a incomoda profundamente é a presença de tatuagens com o nome do agressor no corpo, que ela pretende remover. Para ela, é uma ironia cruel carregar no próprio corpo a marca de alguém que quase tirou sua vida.
Mãe da vítima falou sobre o caso
Hoje, Samira Khoury reflete sobre o relacionamento e reconhece sinais que foram ignorados. Pedro nunca havia agredido fisicamente, mas apresentava comportamentos de controle, como ciúmes excessivos e acesso ao celular dela, além de episódios de explosões contra objetos. A mãe da vítima também se pronunciou com um comentário emocionante sobre o caso: “Nunca pensei que fosse acontecer isso com ela. Tive muita crise de choro ao ver minha filha naquele estado”. Com o ex agora preso, Samira se recupera lentamente das graves agressões.