Mulher vítima de 61 socos em elevador recebe homenagem em Câmara Municipal: ‘estou me reerguendo…’

Juliana Soares foi agredida dentro de elevador após discussão com Igor Pereira Cabral.

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Juliana Soares, de 35 anos, foi homenageada na última segunda-feira (25) pela Câmara Municipal de Natal com a Comenda Maria da Penha, destinada a pessoas que se destacam na luta contra a violência doméstica. A cerimônia ocorreu pouco mais de um mês após a mulher ter sido agredida com 61 socos pelo ex-namorado, atualmente preso e investigado por tentativa de feminicídio.

Em seu discurso, Juliana afirmou que receber a honraria representa resistência e sobrevivência, destacando que a condecoração simboliza sua capacidade de se reerguer mesmo diante de tamanha violência. Ela reforçou a importância de apoiar outras mulheres que sofrem abusos, lembrando que acolher sem julgamentos é essencial.

Vítima de 61 socos fala sobre resistência

A vítima dedicou a comenda a todas as mulheres que passam por situações de violência doméstica e reforçou a necessidade de romper o ciclo de abusos. Juliana explicou que muitas permanecem presas ao sofrimento por não terem a quem recorrer e ressaltou que, se ela conseguiu se levantar, outras também podem.

Apesar das sequelas do ataque, que incluem dificuldades de movimento no lado direito do rosto, Juliana destacou o apoio médico e psicológico que tem recebido. Após passar por uma cirurgia de mais de sete horas para reconstrução facial, ela pretende retomar os estudos, o trabalho e participar de rodas de conversa e palestras. “Eu me sinto honrada e feliz em representar um caso de quem conseguiu se levantar, mesmo diante de tanta agressão. Estou me reerguendo” , disse.

Justiça e prevenção

O agressor, Igor Cabral, foi preso em flagrante após o ataque registrado por câmeras de segurança e teve a detenção convertida em prisão preventiva pela juíza responsável. Ele deve responder pelo crime de tentativa de feminicídio, caso que gerou grande repercussão nacional. A população é orientada a denunciar casos de violência contra a mulher de forma anônima pelo telefone 180, além dos canais da Polícia Civil e da Polícia Militar.