Jornalista morta em Gaza enviou este último recado ao filho; aos 33 anos, ela foi mais uma vítima da guerra

A guerra entre Israel e Palestina continua fazendo vítimas e, desta vez, uma jornalista morreu aos 33 anos.

PUBLICIDADE

O conflito em Gaza voltou a chocar o mundo com mais uma tragédia: a morte da jornalista Mariam Abu Dagga, de 33 anos, durante um bombardeio. Antes de morrer e ciente do risco que corria, ela deixou uma carta emocionante para o filho e se declarou: “Você é meu amor, meu coração, minha alma”. O episódio reforça a escalada da violência contra comunicadores, que atinge números alarmantes desde o início da guerra em 2023.

Mariam não foi a única vítima desse ataque. Outras quatro vidas ligadas ao jornalismo também foram ceifadas: Hussam al-Marsi, da Reuters; Mohammad Salama, da Al Jazeera; Moaz Abu Taha, colaborador da NBC; e Ahmed Abu Aziz, que atuava para veículos árabes.

Jornalistas morrem em Gaza

Essas mortes se somam a um cenário sem precedentes, onde, segundo a ONU, 247 profissionais já perderam a vida no conflito, enquanto o Comitê para a Proteção dos Jornalistas contabiliza 197 vítimas. A dimensão é histórica: mais jornalistas morreram nessa guerra do que nas duas guerras mundiais, na Guerra do Vietnã, no Camboja, na ex-Iugoslávia e no Afeganistão.

O diretor da Repórteres Sem Fronteiras para a América Latina, Artur Romeu, destacou que a situação é inédita. Em menos de dois anos, o número de mortes já superou o que ocorreu em uma década de guerra na Síria. Ele apontou que não se trata de casos isolados, mas de uma tendência que inclui ataques deliberados contra profissionais identificados, destruição de redações e restrições impostas à presença de correspondentes estrangeiros no território palestino.

Especialista opina sobre mortes na guerra

Essa violência vai além das tragédias individuais: compromete diretamente o direito à informação. Para Romeu, os jornalistas são essenciais para garantir à sociedade o acesso a informações plurais, verídicas e independentes. Sem eles em campo, a cobertura do conflito fica restrita às versões oficiais e às estratégias de propaganda, o que distorce a realidade vivida pela população local.