O caso da estudante Juliana Garcia Soares, de 35 anos, continua repercutindo após ela revelar que vem sofrendo novas ameaças mesmo depois da brutal agressão que quase tirou sua vida. No dia 26 de julho, Juliana foi espancada pelo então namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, dentro de um elevador em Natal. O ataque, que durou 36 segundos, deixou marcas físicas e emocionais que ainda fazem parte da sua rotina.
Segundo a estudante, mensagens recentes chegaram a afirmar que ela levaria mais golpes: “Recebi uma ameaça na internet dizendo que iam vir a Natal e me dar 121 socos”. Para ela, esse tipo de ameaça mostra como a violência contra a mulher não termina com a prisão do agressor. Juliana explicou que vive em constante estado de vigilância e que está em tratamento psicológico e psiquiátrico para lidar com o trauma.
Juliana deixa alerta para outras mulheres
Apesar das dificuldades, Juliana afirma que não pretende se calar. Pelo contrário, ela decidiu usar a visibilidade do caso para alertar outras mulheres sobre os sinais de violência que muitas vezes passam despercebidos. Ela destaca que o amor não machuca e que qualquer comportamento abusivo deve ser visto como um alerta. Para ela, é essencial que mulheres reconheçam esses sinais antes que seja tarde demais.
Desde a agressão, Juliana tem participado de rodas de conversa para falar sobre os diferentes tipos de violência, lembrando que o ciclo pode começar com pequenas atitudes, como ofensas verbais e controle excessivo, antes de evoluir para agressões físicas. O objetivo dela agora é continuar estudando e trabalhar em projetos que apoiem mulheres em situações de risco.
Igor Cabral responderá por grave acusação
Enquanto isso, Igor Cabral segue preso e responderá por tentativa de feminicídio. O crime aconteceu após uma discussão durante um encontro com amigos no condomínio. Depois do ataque, Juliana precisou passar por cirurgia para reconstrução facial e ficou internada até o início de agosto. A defesa do agressor tenta desqualificar a acusação, pedindo exames e a mudança para lesão corporal, mas o Ministério Público mantém a denúncia por tentativa de feminicídio.
