Após ação dos Estados Unidos, Nicolás Maduro escreve carta para a ONU: ‘Ameaça gravíssima’

Presidente da Venezuela escreveu carta para a Organização das Nações Unidas.

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O governo da Venezuela intensificou sua reação diante da movimentação militar dos Estados Unidos no Caribe. Em uma carta enviada ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, o presidente Nicolás Maduro pediu que a entidade intervenha para conter o avanço da frota norte-americana, composta por sete navios de guerra e um submarino nuclear.

No documento, Maduro classificou a operação como uma “ameaça gravíssima” e cobrou respeito à soberania do país. O texto foi remetido a Nova York antes da chegada das embarcações à região, mas o clima de tensão já estava instalado.

A operação anunciada pelo governo Trump foi justificada como parte de uma campanha de combate ao narcotráfico, embora especialistas alertem que o arsenal enviado, incluindo mísseis Tomahawk de longo alcance, vai muito além do necessário para ações contra cartéis de drogas. Fontes internacionais também ressaltam que as embarcações estão em águas internacionais, mas muito próximas da costa venezuelana.

Maduro surge de farda militar e faz discurso

Em meio à crise, Maduro apareceu de farda militar em visita a tropas no país, afirmando que estava preparado para defender o território diante de qualquer cenário. “Hoje posso dizer, depois de 20 dias seguidos de anúncios, ameaças, guerra psicológica, 20 dias de cerco contra a nação venezuelana, que hoje estamos mais fortes que ontem, mais preparados para defender a paz, a soberania e a integridade territorial do que ontem — muito mais”, declarou o líder venezuelano.

Pedido de ajuda à ONU

A Venezuela também buscou reforço diplomático ao denunciar à ONU o que classificou como uma “campanha terrorista” promovida pelos Estados Unidos. O embaixador venezuelano, Samuel Moncada, reforçou em encontro com Guterres que a operação seria uma forma de justificar futura intervenção militar contra Caracas. Já a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, evitou detalhar planos militares, mas reiterou que Maduro não é reconhecido por Washington como presidente legítimo.