Estratégia de Lula com ministros vem à tona e presidente elege rival direto para eleições 2026

Em reunião reservada, presidente cobrou ministros e deu recado a Haddad em meio a disputa por palanques nos maiores colégios eleitorais.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu que ministros do PT deixem de lado projetos pessoais em prol de alianças eleitorais sólidas em 2026. Em encontro no Palácio da Alvorada, na noite de quinta-feira (27), Lula alertou que a prioridade é conquistar maioria no Senado, evitando que a Casa seja dominada por aliados de Jair Bolsonaro (PL). 

Estiveram presentes ministros, líderes petistas no Congresso e o novo presidente do partido, Edinho Silva. O recado foi interpretado como pressão sobre Fernando Haddad, ministro da Fazenda, já que Lula avalia ser essencial montar chapas fortes em São Paulo, Minas e Rio. Hoje, cerca de 20 dos 38 ministros cogitam disputar cargos em 2026, mas Haddad não sinalizou deixar a pasta para concorrer.

Lula vê Tarcísio como rival direto em 2026

O presidente também avaliou o cenário político e disse não esperar surpresas no julgamento de Bolsonaro no STF, previsto para terça-feira (2). Paralelamente, Lula vê em Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, um possível adversário no próximo pleito. Em reunião ministerial, chegou a afirmar: “Acredito que ele será meu oponente no ano que vem”.

Nas últimas semanas, Lula intensificou conversas com líderes do Republicanos, PSD, MDB, PSB e União Brasil. Mesmo assim, cobrou fidelidade, criticando ministros que não defendem o governo publicamente. A irritação aumentou após o Planalto perder o comando da CPMI do INSS, o que Lula atribuiu a falhas na articulação política.

Operação da PF e foco em segurança pública

O petista ainda elogiou a operação “Carbono Oculto”, da Polícia Federal, que desmantelou esquema bilionário de lavagem de dinheiro em postos de combustíveis. O governo aposta que a ação dará fôlego à PEC da Segurança, parada no Congresso. Apesar dos avanços, Lula insiste que o PT precisa reforçar a articulação política para evitar novas derrotas estratégicas.