O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, apareceu de farda militar nesta sexta-feira (29) durante visita a tropas, no mesmo dia em que navios de guerra dos Estados Unidos chegaram ao sul do Caribe, próximo à costa venezuelana. Em discurso, afirmou que o país está pronto para resistir às ameaças de Washington, que o acusa de chefiar um cartel de drogas. “Estamos mais fortes do que ontem, mais preparados para defender a paz, a soberania e a integridade territorial, muito mais”, declarou.
Os EUA anunciaram o envio de cinco navios de guerra e cerca de 4 mil militares, alegando combater o narcotráfico. Um dos navios, o USS Lake Erie, foi visto navegando em direção ao Canal do Panamá. A movimentação coincide com a elevação da recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões (cerca de R$ 271 milhões). O líder venezuelano reagiu: “Nem sanções, nem bloqueios, nem guerra psicológica, nem assédio. Não há como entrarem na Venezuela”.
Mobilização militar e propaganda interna
Maduro também convocou uma nova jornada de alistamento da Milícia Bolivariana, formada por civis com forte caráter ideológico. Segundo o regime, já são 4,5 milhões de milicianos, número contestado por especialistas. Apesar da mobilização, analistas descartam qualquer invasão terrestre americana.
A oposição, porém, tem aproveitado o momento. A líder María Corina Machado, cujo substituto Edmundo González é reconhecido pelos EUA e outros governos como o vencedor das eleições de 2024, apareceu na Fox News para agradecer a Donald Trump por enfrentar “a empresa criminosa que tomou conta da Venezuela”. Em suas redes sociais, pediu que a população “desobedeça” ao regime e rejeite o alistamento na milícia.
Ceticismo sobre uma invasão
Apesar do clima de tensão, analistas como Christopher Sabatini, do centro britânico Chatham House, alertam que a oposição volta a alimentar esperanças irreais de uma queda iminente de Maduro. Enquanto isso, as ruas do país seguem divididas entre medo, descrença e mobilização.
