O advogado Demóstenes Torres, que representa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, surpreendeu durante sua sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (2). Ele afirmou publicamente que tem apreço por Jair Bolsonaro (PL) e se colocou à disposição para “levar cigarro” ao ex-presidente, caso fosse necessário.
“Então, se o Bolsonaro precisar que eu leve cigarro para ele em qualquer lugar, eu levo, conte comigo. Ele é uma pessoa que eu gosto”, disse Torres, em tom de descontração, utilizando uma expressão popularmente associada a pessoas presas. Bolsonaro, porém, está em julgamento ao lado de Garnier e outros seis acusados por uma suposta tentativa de golpe de Estado, crime que pode render até 43 anos de prisão.
Relembrando encontro com Bolsonaro
Antes da declaração, o advogado compartilhou uma história pessoal envolvendo Bolsonaro. Torres contou que, após ter seu mandato de senador cassado, era ignorado por antigos colegas da política, até que um encontro inesperado mudou sua percepção.
Em seu relato, ele disse que Bolsonaro o reconheceu e o abraçou em um encontro no aeroporto. Na ocasião, Bolsonaro ainda disse: “Senador, para mim, não aconteceu nada”. Esse reconhecimento e fala do ex-presidente foram importantes num momento de isolamento político.
Julgamento segue no STF
A fala de Torres ocorreu durante o julgamento da chamada “trama golpista”, que apura reuniões, documentos e articulações para romper a ordem democrática. O STF retomará nesta quarta-feira (3), com as sustentações das demais defesas, incluindo a de Jair Bolsonaro.
