A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) anunciou a demissão da médica Claudia Soares Alves, acusada de raptar uma recém-nascida no Hospital de Clínicas da instituição em julho de 2024. A decisão, publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (3), ocorreu mais de um ano após o crime, que resultou na prisão da neurologista. Alves responde judicialmente por falsidade ideológica e tráfico de pessoas.
A médica havia conquistado o primeiro lugar no concurso público para docente da Faculdade de Medicina da UFU em março de 2024 e tomado posse dois meses depois. O crime ocorreu pouco tempo após sua contratação, quando se apresentou como pediatra ao pai da criança e a levou sob o pretexto de alimentá-la. Câmeras de segurança registraram o momento em que deixou o hospital com a bebê.
UFU seguiu protocolos legais para demissão
A universidade informou que a exoneração foi baseada na Lei nº 8.112/1990, que rege o funcionalismo público federal. Entre as justificativas estão a inobservância de normas, conduta incompatível com a moralidade administrativa e uso do cargo para obter vantagens pessoais. Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto em agosto de 2024, garantindo amplo direito de defesa e reunindo provas e testemunhos. A portaria de demissão foi assinada em 1º de setembro de 2025.
“O vínculo da servidora com a UFU foi rompido em 01 de setembro, com a assinatura da portaria de exoneração. Em razão da servidora ainda estar em período de estágio probatório, não há possibilidade de recurso no âmbito da universidade”, diz parte da nota divulgada pela UFU.
Defesa da médica vai recorrer da decisão
O advogado de Claudia, Vladimir Rezende, anunciou que recorrerá. A defesa alega que ela sofre de transtorno bipolar e estava em crise psicótica no momento do rapto, sem discernimento pleno. Alves foi presa em Itumbiara (GO) no mesmo dia do crime e ficou detida por oito meses, sendo libertada em março de 2025 por alvará de soltura.
Por estar em estágio probatório de três anos, não há recurso dentro da UFU contra a demissão. Claudia concluiu residência em clínica médica na própria instituição em 2007 e em neurologia na UFTM em 2011. Além do cargo na UFU, também lecionava como professora efetiva na Universidade Estadual de Goiás (UEG) desde 2019.
