Aliados relatam estado de saúde de Bolsonaro e movimento intenso em prisão domiciliar

Informações foram colhidas de aliados de ex-presidente que relataram rotina de Bolsonaro em prisão domiciliar.

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A casa de Jair Bolsonaro, no Jardim Botânico (Brasília), deixou de ser cenário de transmissões ao vivo e encontros religiosos para se transformar em prisão domiciliar do ex-presidente. Há um mês sob decisão do STF, o imóvel passou a concentrar visitas políticas e virou centro de articulação da direita. O movimento tem sido intenso: nas últimas quatro semanas, ao menos 14 parlamentares foram autorizados a encontrá-lo, entre eles Arthur Lira (PP-AL), Valdemar da Costa Neto e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A cada encontro, Bolsonaro reforçou pautas prioritárias. A Lira, pediu empenho na articulação da anistia que pode beneficiá-lo. A Valdemar, discutiu o futuro do PL e a necessidade de chapas fortes em 2026. Já Tarcísio recebeu carta branca para se consolidar como porta-voz nacional da direita, inclusive assumindo a defesa da anistia no Congresso.

Cotidiano entre dores e articulações

Apesar de limitações físicas — crises de soluço, refluxo e dores no estômago decorrentes da facada de 2018 —, aliados garantem que Bolsonaro mantém o ritmo político. A mesa da sala vive tomada por papéis e remédios, em meio a reuniões sobre candidaturas e estratégias regionais. “Ele não está fora do jogo, só está jogando de dentro de casa”, resumiu um deputado.

O núcleo familiar também tem papel ativo no QG doméstico. Flávio Bolsonaro atua como ponte com o Congresso; Carlos e Jair Renan apareceram em Brasília para acompanhar o julgamento da trama golpista; já Michelle Bolsonaro organiza a rotina da casa, incluindo alimentação e controle de visitas autorizadas pelo STF.

Bolsonaro entre família e política

Entre refeições caseiras e discussões eleitorais, o ex-presidente busca equilibrar vida privada e articulação partidária. Insiste em ver Carlos candidato ao Senado por Santa Catarina em 2026, enquanto acompanha cada movimento no julgamento que pode selar seu futuro político. O desfecho no STF definirá se a residência seguirá como palco de estratégias da direita ou como símbolo de sua fragilidade.