Homem é preso em Porto Alegre após restos mortais serem achados em mala

Suspeito teria deixado partes do corpo da vítima em diferentes locais da capital gaúcha.

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A Polícia Civil prendeu preventivamente Ricardo Jardim, de 66 anos, suspeito de assassinar uma mulher e ocultar partes do corpo dela em Porto Alegre. O caso veio à tona após o torso da vítima ser encontrado no dia 1º de setembro dentro de uma mala deixada em um armário da rodoviária da capital. Dias antes, em 13 de agosto, braços e pernas haviam sido achados em sacos de lixo no bairro Santo Antônio, na Zona Leste, e posteriormente identificados como pertencentes à mesma mulher.

O inquérito conduzido pelo delegado Mario Souza revelou que a vítima, uma manicure de cerca de 50 anos, mantinha um relacionamento com o suspeito. Jardim foi descrito como um homem frio, educado e calculista. A principal linha de investigação é de que o crime tenha sido cometido por interesse financeiro, já que ele tentou movimentar contas bancárias e utilizar cartões de crédito da mulher. Para o delegado, o comportamento do suspeito sugere que ele não buscava esconder o crime, mas sim exibir sua crueldade, em uma espécie de afronta à sociedade.

Câmeras de segurança ajudaram na identificação

As imagens da rodoviária registraram o momento em que Jardim deixou a mala no guarda-volumes, no dia 20 de agosto. Dias depois, ele foi filmado em um supermercado da Zona Norte comprando bebidas. No local, retirou a máscara cirúrgica usada anteriormente, permitindo sua identificação. Ao todo, a polícia analisou gravações de 34 estabelecimentos para seguir seus passos, que culminaram em uma pousada na mesma região.

O histórico do suspeito agrava ainda mais o caso. Em 2018, ele foi condenado a 28 anos de prisão por assassinar e ocultar o corpo da própria mãe em 2015, motivado por um seguro de vida de R$ 400 mil. Apesar disso, em 2024, conseguiu progressão para o regime semiaberto, mas estava foragido desde abril.

Polícia segue as buscas

Atualmente, a polícia segue em busca do crânio da vítima, ainda desaparecido, e trabalha com a hipótese de que Jardim planejava um terceiro ato macabro. Também é apurada a possível participação de outras pessoas no crime. Um bilhete encontrado na mala mencionava um escritório de contabilidade em Canoas, levantando novas linhas de investigação. O nome e o CPF registrados na etiqueta permanecem sob sigilo.