Suspeito de deixar mala com restos mortais na rodoviária já havia tirado a vida da própria mãe

Suspeito de crime contra mulher em Porto Alegre, Ricardo Jardim, já havia sido condenado em 2015.

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Um homem de 66 anos foi preso preventivamente em Porto Alegre, suspeito de ocultar o corpo de uma mulher em diferentes pontos da cidade. Identificado como Ricardo Jardim, ele já havia sido condenado em 2018 a 28 anos de prisão por assassinar a própria mãe em 2015. Na época, a idosa de 76 anos foi morta com 13 facadas e teve o corpo concretado em um armário. Desde o ano passado, Jardim cumpria pena em regime semiaberto, mas estava foragido.

A prisão ocorreu em uma pousada no bairro São João. Com ele, a polícia encontrou o celular da vítima, usado para enviar mensagens a familiares e dificultar o registro de desaparecimento. Jardim confessou ter desmembrado a mulher, apresentada como sua namorada, e informou o nome dela. O crânio ainda não foi localizado, e a identificação oficial será feita por exames, já que os dedos foram cortados. O tórax encontrado em uma mala na rodoviária no dia 20 de agosto foi confirmado como sendo da mesma pessoa cujos membros haviam sido achados em 13 de agosto, no bairro Santo Antônio.

Passado criminoso e herança da mãe

Em 2015, o suspeito confessou ter matado a mãe após discussão sobre dinheiro. Ela havia recebido uma herança de R$ 400 mil, motivo apontado pela acusação como causa do crime. Durante o julgamento, Jardim tentou mudar a versão, alegando acidente, mas foi condenado a 27 anos por homicídio e mais um ano por porte ilegal de arma. Para a promotoria, as provas demonstraram que ele agiu movido por interesse financeiro.

Perfis falsos e atração de mulheres

Segundo as investigações, Jardim usava perfis falsos criados em redes sociais com auxílio de inteligência artificial para atrair mulheres. A polícia apura se ele agiu sozinho no caso atual, que também é tratado como crime contra mulher com motivação financeira, já que o suspeito tentou movimentar contas bancárias e usar cartões da vítima.

O delegado Mario Souza, do Departamento de Homicídios, afirmou que a apuração envolveu técnicas modernas aliadas ao trabalho de rua. Para ele, o suspeito é “frio, educado e inteligente”, com conhecimento em técnicas de corte. A vítima, manicure que vivia em Porto Alegre, teria conhecido Jardim em uma pousada.