O Banco Central (BC) anunciou nesta quinta-feira (5) um pacote de mudanças no Pix para aumentar a segurança das transações e reduzir riscos no sistema. A decisão ocorre após uma série de incidentes, incluindo a tentativa de fraude de R$ 420 milhões contra a Sinqia/Evertec, que expôs vulnerabilidades graves.
Segundo especialistas, para a maioria dos usuários nada muda: quem utiliza bancos tradicionais ou fintechs já autorizadas pelo BC continuará movimentando valores normalmente. As novas regras impactam apenas instituições de pagamento não autorizadas e prestadores de tecnologia (PSTIs), que agora terão limite de R$ 15 mil por operação.
Prazo antecipado para fintechs se regularizarem
Além do teto, o BC reduziu o prazo para que essas empresas obtenham autorização de funcionamento. Antes previsto para dezembro de 2029, o limite agora é maio de 2026. “A era da regulamentação permissiva chegou ao fim”, destacou Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil.
Outra mudança significativa é o processo de contestação em casos de fraude. A partir de outubro, será possível abrir disputas diretamente no aplicativo da instituição, sem burocracia, agilizando bloqueios e aumentando a chance de recuperar valores. “Isso fortalece a confiança no sistema”, avalia o especialista Luís Molla Veloso.
Mais proteção ao usuário e pressão no mercado
O Banco Central também ampliou mecanismos de rastreabilidade e padronizou procedimentos entre as instituições, acelerando respostas em golpes e coações. Para o general manager da Nuvei, Juan Soto, as restrições às fintechs são temporárias: “A limitação cai assim que a instituição comprovar segurança adequada”.
