A Rússia realizou, neste domingo (7), o maior ataque aéreo desde o início da guerra contra a Ucrânia, deixando ao menos cinco mortos e mais de 20 feridos em Kiev. Pela primeira vez, um prédio governamental no coração da capital foi atingido, aumentando a tensão no conflito. Uma nuvem de fumaça foi vista no edifício que abriga gabinetes ministeriais, localizado no distrito histórico de Pechersky. Moscou alegou que o alvo eram fábricas de armas, depósitos e infraestrutura militar.
Segundo o porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuriy Ihnat, o ataque envolveu cerca de 810 drones e 13 mísseis — o maior número já registrado desde a invasão em larga escala. A Ucrânia informou ter neutralizado 747 drones e quatro mísseis, mas confirmou 56 ataques com drones e nove impactos de mísseis em 37 localidades. “Vamos restaurar os prédios, mas vidas perdidas não podem ser recuperadas. O mundo precisa responder não apenas com palavras, mas com ações”, declarou a primeira-ministra Yulia Svyrydenko.
Reações internacionais
O presidente Volodymyr Zelensky afirmou ter conversado com Emmanuel Macron, da França, para alinhar “esforços diplomáticos e próximos passos”. Macron condenou os bombardeios no X, dizendo que a Rússia “se aprofunda cada vez mais na lógica da guerra e do terror”.
Em meio à escalada, Donald Trump se disse frustrado com Moscou, mas resiste a endurecer sanções. O líder americano afirmou estar negociando garantias de segurança para Kiev, na tentativa de encerrar o que chamou de “o conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial”. Aliados europeus também reforçaram apoio político e militar, mas ainda discutem medidas mais concretas, como envio de tropas.
Negociações e próximos passos
Apesar da pressão internacional, Putin segue resistente a cessar-fogo e encorajado por sua parceria com a China. Uma nova reunião entre Ucrânia e aliados deve ocorrer na próxima semana para discutir reforço em defesas aéreas e capacidade de ataque de longo alcance.
