Em meio ao julgamento da trama golpista que envolve Jair Bolsonaro (PL), o jornal britânico The Guardian publicou um extenso perfil sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A reportagem descreve Moraes como uma figura que “inspira amor e ódio” e o classifica como uma das “maiores e mais controversas celebridades” brasileiras.
O periódico ressalta que a atuação do “belicoso” e “musculoso” juiz desde a eleição de Bolsonaro o transformou em “herói para os progressistas” e em alvo de aversão entre apoiadores do ex-presidente. O texto recorda que Moraes liderou investigações contra aliados do bolsonarismo, determinou bloqueios de perfis de extrema-direita nas redes sociais e conduziu o inquérito das fake news. Sobre este último, o jornal destaca: “até alguns progressistas se preocupam que Moraes pode ter ido além de sua autoridade constitucional em sua cruzada para defender a democracia”.
Da academia à política
A reportagem revisita a trajetória acadêmica e profissional do ministro, que se destacou como professor de direito constitucional, escreveu livros que venderam centenas de milhares de cópias e se tornou ministro da Justiça no governo Michel Temer (MDB), em 2016. O perfil também o descreve como “workaholic” e dono de um “currículo invejável”.
O Guardian lembra ainda que Moraes já foi identificado com a direita na juventude. O jornal cita a declaração do jurista Floriano de Azevedo Marques Neto ao Le Monde: “a última coisa que ele teria no quarto seria um pôster do Che (Guevara)!”.
“Ditador cosplay” ou salvador da democracia?
Para mostrar a polarização em torno de sua imagem, o jornal menciona que Elon Musk o chamou de “um ditador malvado fazendo cosplay de juiz”. Do outro lado, o açougueiro Adauto Gomes Nascimento, de Belém (PA), tatuou o rosto de Moraes na perna. Uma total reflexão sobre os extremos em relação a imagem pública do magistrado.
