Página de fofoca vira caso de polícia e criadora vai parar na prisão

Três vítimas já foram identificadas, mas a polícia acredita que existam outras pessoas afetadas pelas publicações.

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Uma jovem de 21 anos foi presa preventivamente na última terça-feira (9) em Conceição das Alagoas, Minas Gerais, acusada de extorsão digital. Segundo a Polícia Civil, ela administrava uma página de fofocas nas redes sociais e cobrava até R$ 300 para excluir publicações de teor difamatório contra moradores da cidade, que tem pouco menos de 30 mil habitantes. O nome da investigada não foi divulgado oficialmente.

As apurações, realizadas ao longo de 50 dias, receberam o nome de Operação Maledicta Bocca. Durante a investigação, foram reunidas provas de que a atividade ilícita era utilizada pela jovem como fonte de renda. Vítimas relataram que, ao serem expostas na página, eram pressionadas a pagar para retirar as postagens. O impacto na vida pessoal e social das pessoas atingidas levou à abertura de inquérito.

Extorsão digital e consequências legais

Até o momento, três vítimas foram identificadas, mas a polícia acredita que existam outras, inclusive em Uberaba, a 60 km da cidade. O delegado Bruno Vinicius, responsável pelo caso, declarou que o número de ocorrências pode aumentar significativamente. “Ela caluniou a cidade inteira, difamou a cidade inteira. Cada vítima que procurava [a polícia] ia aumentando a pena”, explicou. Se confirmados todos os crimes, a pena mínima para extorsão pode ultrapassar 12 anos de prisão.

A Polícia Civil orienta que qualquer pessoa que tenha sido lesada ou feito pagamentos para remoção de conteúdo registre boletim de ocorrência. Além de extorsão, a suspeita também responderá por difamação e injúria, crimes que podem somar vários anos de reclusão caso a condenação seja confirmada.

Decisão da Justiça e desdobramentos

A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias utilizadas para os recebimentos, além da suspensão da página em redes sociais por tempo indeterminado. A jovem foi encaminhada à Penitenciária Professor Aloisio Inácio Oliveira, em Uberaba, onde segue à disposição da Justiça. Caso seja condenada por todas as acusações, a soma das penas pode ultrapassar uma década de prisão.