Lula age com ironia e responde Donald Trump: ‘Brasil é dono do próprio nariz’

Presidente brasileiro usa inauguração do Linhão de Roraima para cutucar os EUA e exaltar soberania energética.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou nesta quarta-feira (10) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante evento que marcou a interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Em Brasília, na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Lula aproveitou a fala do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que destacou a ausência de um sistema interligado nos EUA, para provocar: “Ao invés do Trump ficar brigando com a gente, o Trump poderia vir conhecer o nosso sistema interligado.”

Segundo Lula, o ex-presidente norte-americano teria muito a aprender com a experiência brasileira. “Ele ia perceber que ia ser muito melhor para os EUA do que ficar brigando com a gente que não quer brigar”, acrescentou tentando minimizar o confronto diplomático.

Conclusão da integração energética

A inauguração da linha de transmissão entre Roraima e o SIN encerra o ciclo de integração elétrica de todas as capitais do país. A obra liga a Subestação Engenheiro Lechuga, no Amazonas, à Subestação Boa Vista, substituindo termelétricas por energia hidrelétrica. O chamado Linhão Manaus-Boa garante maior eficiência e segurança energética para a região.

Até então, o abastecimento do estado dependia da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que custava bilhões ao ano para subsidiar sistemas isolados. Com a nova interligação, haverá economia superior a R$ 500 milhões anuais, além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Lula reforça soberania e provoca para COP 30

O presidente ainda afirmou que, caso Trump participe da COP 30 em Belém, será levado a conhecer o sistema elétrico brasileiro: “Para ele saber que nós acreditamos em nós, que nós somos um país soberano e nós somos donos do nosso nariz”, declarou. A fala reforça o tom político de Lula ao usar a pauta energética para marcar posição de independência diante das críticas da administração Trump.