Após óbito de jovem durante cirurgia, gerentes são presas e clínica é fechada com irregularidades graves

Irregularidades foram encontrados em clínica onde jovem faleceu após procedimento estético.

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Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, morreu na segunda-feira (8) após se submeter a um procedimento estético em uma clínica de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Dois dias depois, a Polícia Civil prendeu em flagrante duas gerentes da clínica Amacor, onde foram encontrados medicamentos vencidos no centro cirúrgico, na farmácia e até no carrinho de parada cardíaca. O estabelecimento foi interditado e todo o material apreendido para perícia.

Segundo relatos da família, Marilha realizou uma lipoaspiração com enxerto nos glúteos. A irmã dela, Lea Carolina, contou que subiu até o centro cirúrgico após perceber movimentação estranha e encontrou o médico tentando reanimar a jovem. “Foram 90 minutos de tentativas, mas não houve sucesso”, disse. O SAMU foi acionado às 18h13 e confirmou que, apesar dos esforços, a paciente não resistiu.

Investigação policial e sindicância médica

Um laudo preliminar do Instituto Médico-Legal apontou hemorragia interna causada por ação perfuro contundente como motivo da morte. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar responsabilidades, enquanto o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) instaurou sindicância. Familiares acusam a clínica de negligência e alegam que não havia estrutura adequada para emergências, além de questionarem a conduta da equipe médica.

A clínica Amacor divulgou nota lamentando o ocorrido e afirmou estar colaborando com as investigações. A direção garantiu que o centro cirúrgico possui equipamentos necessários para situações críticas, incluindo desfibrilador e carrinho de parada, e ressaltou que as manobras de ressuscitação seguiram protocolos internacionais.

Medicamentos vencidos e irregularidades na clínica

Apesar da defesa da instituição, a prisão das gerentes ocorreu após a constatação de medicamentos fora do prazo de validade em locais essenciais, o que reforça a suspeita de falhas graves na segurança dos pacientes. A interdição da clínica busca prevenir novos riscos até que todas as irregularidades sejam esclarecidas.

Marilha, que trabalhava como técnica de segurança do trabalho em uma companhia aérea, deixou um filho de 6 anos. O velório e o sepultamento ocorreram na quarta-feira (10), no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. O procedimento estético teria custado aproximadamente R$ 5 mil.