O ministro Alexandre de Moraes, do STF, reagiu nesta quinta-feira (11) a pontos centrais do voto de Luiz Fux, que havia absolvido os acusados do crime de organização criminosa no julgamento da chamada trama golpista. Durante a fala da ministra Cármen Lúcia, Moraes afirmou que Jair Bolsonaro foi “líder” e “ponta de lança” de um movimento que buscava a perpetuação no poder.
O relator destacou ainda que a tese de Fux, de que não houve crimes determinados, não se sustenta diante das evidências. Para Moraes, o objetivo era explícito: a tomada de poder. “Se, para isso, precisasse matar um ministro do STF, envenenar um presidente da República, praticar peculato, usar estruturas do Estado, são crimes determinados”, argumentou.
Vídeos e ataques contra o Supremo
Durante sua fala, Moraes exibiu vídeos em que Bolsonaro atacava diretamente o STF e seus ministros. Em 2021, na Avenida Paulista, o então presidente chamou Moraes de ‘canalha’ e pediu seu afastamento. Já em 7 de setembro de 2022, voltou a ameaçar o ministro em tom agressivo diante de apoiadores.
O magistrado questionou se seria aceitável que qualquer autoridade local incitasse a população contra um juiz. Ele fez essa pergunta aos seus companheiros de Supremo. “Eu pergunto: algum de nós aqui permitiria que um prefeito inflamasse o povo contra o juiz da comarca e consideraria isso liberdade de expressão?”, indagou.
“Engrenagem golpista” e ataques de 8 de janeiro
Para Moraes, os episódios não foram isolados, mas parte de uma engrenagem: discursos, acampamentos, bloqueios e, por fim, os ataques de 8 de janeiro. Ele ressaltou que o objetivo final dos acusados na trama golpista era o de se perpetuar no poder.
