O Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou maioria para condenar Jair Bolsonaro (PL) pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O placar de 3 a 1 foi definido com o voto da ministra Cármen Lúcia nesta quinta-feira (11). O ex-presidente, em prisão domiciliar, responde junto a outros sete acusados, apontados como integrantes da conspiração golpista. A sentença final deve ser anunciada até sexta-feira (12).
A decisão inédita repercutiu na imprensa internacional. A Reuters destacou que Bolsonaro é o primeiro ex-presidente brasileiro condenado por atentar contra a democracia. O The Guardian ressaltou que ele pode enfrentar “décadas de prisão” e citou a fala de Cármen Lúcia contra a “semente maligna da antidemocracia”. Já o Washington Post lembrou que a defesa promete recorrer, enquanto o ministro Luiz Fux divergiu, pedindo absolvição por falta de provas.
Repercussão internacional
O Wall Street Journal afirmou que a condenação pode inflamar a disputa política entre Donald Trump e Lula. Segundo o jornal, o caso já gerou atritos comerciais, com tarifas impostas por Trump em apoio ao aliado. A Bloomberg ressaltou que Bolsonaro acusa o STF de perseguição e citou um projeto de anistia em debate no Congresso.
O The Economist lembrou que, em 2022, Bolsonaro dizia que jamais seria preso — algo que “estava errado”. O espanhol El País classificou a decisão como “um passo importante contra a impunidade”. A BBC reforçou que o plano culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023, e o argentino Clarín apontou que Bolsonaro pode pegar até 40 anos de prisão.
Defesa de Bolsonaro entrará com recursos
A defesa já sinalizou que irá apresentar recursos, buscando anular ou reduzir a pena. Especialistas, porém, avaliam que as chances de reversão são baixas, dado o peso dos votos já proferidos.
