O ministro Cristiano Zanin foi o último a votar no julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus. Os suspeitos foram considerados parte central da tentativa de golpe de Estado analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua manifestação, proferida no final da tarde desta quinta-feira (11), Zanin seguiu a maioria formada na Corte e defendeu a condenação do ex-presidente e dos demais acusados pelos cinco crimes apontados na denúncia. Após o voto, o julgamento avançou para a fase de definição das penas.
Cristiano Zanin sobre provas contra Jair Bolsonaro e os outros réus
No início de sua fala, Cristiano Zanin rejeitou os argumentos preliminares apresentados pelas defesas, como alegações de incompetência do STF para julgar o caso e suposto cerceamento de defesa — teses que haviam sido acolhidas apenas pelo ministro Luiz Fux.
Para o magistrado, as provas reunidas no processo demonstram de forma consistente que os acusados articularam e executaram ações voltadas à ruptura da ordem democrática.“Jair Messias Bolsonaro é apontado como líder da organização criminosa, diante da sua posição de comando referendada pela prova documental”, afirmou o ministro ao falar sobre a sua escolha pela condenação.
Zanin detalhou participação dos réus em sua decisão
Zanin detalhou a participação de cada réu dentro da estrutura investigada, destacando que os atos se estenderam ao longo do processo eleitoral de 2022 e após a derrota de Bolsonaro, configurando continuidade criminosa.
Ele citou, por exemplo, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, acusado de endossar uma “virada de mesa” em apoio às teses golpistas, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, apontado como responsável por dar sustentação técnica aos argumentos do então presidente.
Zanin ainda traçou paralelos com outros episódios da história nacional em que houve tentativas de golpe e argumentou que o simples uso do discurso sobre intervenção militar configurou um “constrangimento ameaçador” às instituições.
