Escândalo à vista no Corinthians: clube é investigado por ligação com o PCC

MP-SP apura gastos da presidência e suspeita de conexões com crime organizado.

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) intensificou as apurações sobre o uso de cartões corporativos e despesas da presidência do Corinthians, incluindo agora a análise de possíveis conexões com a facção criminosa PCC. A suspeita surgiu após o depoimento do presidente do Conselho Deliberativo, que relatou ter recebido ameaças por denunciar uma possível infiltração do crime organizado na instituição.

O promotor responsável indicou que atletas do clube estiveram hospedados em um imóvel ligado a um suspeito da facção. Embora os jogadores não estejam sendo investigados, prestam depoimentos como testemunhas para esclarecer se a gestão do clube teve participação na locação do imóvel.

Histórico de denúncias e investigação da facção

O clube já havia sido alvo de investigações envolvendo a organização criminosa. Contratos de patrocínio antigos teriam favorecido empresas ligadas à facção. Denúncias anteriores apontaram intermediários atuando em negociações envolvendo atletas, gerando suspeitas sobre o envolvimento do clube com grupos criminosos.

O Procedimento Investigatório Criminal (PIC), iniciado em julho, começou analisando o uso de cartões corporativos pelas gestões anteriores, expandindo-se depois para a administração mais recente. O MP solicitou à Justiça o afastamento dos últimos presidentes do clube e a quebra de sigilo dos cartões, mas ainda não houve decisão. O clube afirmou que disponibilizou toda a documentação referente ao período investigado.

Próximos passos da apuração

O depoimento de proprietários de estabelecimentos investigados foi adiado por habeas corpus, enquanto a promotoria pretende ouvir vice-presidentes e dirigentes. A investigação sobre a locação de imóveis e o possível envolvimento da gestão pode resultar em acusações de associação criminosa, adicionando novos capítulos a um escândalo que continua repercutindo no clube.