A poucos dias de embarcar para Nova York para a Assembleia Geral da ONU, que começa em 22 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a exportações brasileiras. Em entrevista à BBC News Brasil, Lula afirmou que o país está pronto para conversar caso o governo Donald Trump se disponha ao diálogo.
Apesar da tensão comercial, o presidente fez questão de minimizar qualquer atrito pessoal com o republicano. “Não tenho problema pessoal com o presidente Donald Trump. Se cruzar com ele nos corredores da ONU, vou cumprimentá-lo. Porque eu sou um cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo, eu estendo a mão para todo mundo”, declarou.
Negociação tem limite
Questionado sobre o tarifaço, Lula defendeu que a melhor alternativa para qualquer conflito é sentar em torno de uma mesa e negociar. O petista destacou, porém, que há pontos inegociáveis como a soberania nacional. Em relação a esse tema, ele disse que a soberania pertence única e exclusivamente ao povo brasileiro.
O presidente revelou que três ministros vêm tentando diálogo com Washington há meses: Geraldo Alckmin (vice-presidente e ministro do Desenvolvimento), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) já foram encarregados de tentar uma aproximação diplomática.
EUA não deseja conversar
Mesmo com a ofensiva diplomática, Lula disse que os americanos “não querem conversar”. A lembrança de que Trump declarou estar aberto a um telefonema direto não alterou o tom do presidente, que preferiu reforçar a disposição do Brasil em negociar, mas sempre preservando princípios de soberania.
