Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (21) em protestos contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia. Os atos ocorreram em ao menos 18 capitais e também no exterior, reunindo movimentos sociais, artistas, sindicatos e parlamentares. No Rio, a mobilização contou com shows de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e Djavan. Em São Paulo, manifestantes exibiram uma bandeira gigante do Brasil no centro da cidade.
As manifestações começaram pela manhã em capitais como Brasília, Salvador, Belo Horizonte e Manaus e se espalharam à tarde para outras regiões. Em João Pessoa, grupos entoaram palavras de ordem contra o deputado Hugo Motta, enquanto em São Luís cartazes criticavam parlamentares locais. A senadora Eliziane Gama destacou que a pressão popular foi decisiva para conter o avanço da proposta. Em Salvador, Daniela Mercury disse no palco: “Não aceitamos essa PEC da Impunidade”.
Protestos contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia
Aprovada pela Câmara, a PEC da Blindagem amplia o foro privilegiado a presidentes de partidos e condiciona processos contra parlamentares à autorização do Congresso, com votação secreta. Também avançou o regime de urgência para o PL da Anistia, que pode beneficiar condenados pelos atos de 8 de janeiro. No Senado, o relator Alessandro Vieira (MDB-SE) já indicou que recomendará a rejeição. O presidente Lula chamou a proposta de “não séria”.
Os atos tiveram a presença de nomes da política e da cultura. Em Brasília, participaram José Dirceu, Érika Kokay e o distrital Fábio Félix, que classificou a medida como “PEC da Bandidagem”. Cartazes pediam “sem anistia” e “cassação já”. Em Salvador, Wagner Moura se juntou a Daniela Mercury e à deputada Alice Portugal.
Próximos passos no Senado e debate sobre a anistia
A PEC será analisada primeiro na CCJ do Senado antes de ir ao plenário. Já o PL da Anistia tem como relator Paulinho da Força, que discute ajustes na redação. Enquanto lideranças do PT afirmam rejeitar a proposta, parte da bancada apoiou a PEC na Câmara. Os protestos seguiram ao longo do dia, com maior concentração no Rio de Janeiro, onde manifestações e apresentações artísticas reforçaram a pressão pelo arquivamento dos projetos.