Um júri na Nova Zelândia declarou, nesta terça-feira, a neozelandesa Hakyung Lee, de 45 anos, culpada pelo assassinato de seus dois filhos, de 6 e 8 anos, cujos corpos foram encontrados dentro de malas. O caso chocou o país e ganhou repercussão internacional.
A condenação foi anunciada após um julgamento de quase duas semanas no Tribunal Superior de Auckland, quase três anos depois da prisão da acusada em sua terra natal, a Coreia do Sul. Ela deve receber pena de prisão perpétua, com sentença marcada para 26 de novembro.
O crime e a alegação de saúde mental
Durante o julgamento, a promotora Natalie Walker afirmou que Lee admitiu ter causado as mortes em 2018, ao administrar nortriptilina, um antidepressivo. Apesar disso, peritos não conseguiram determinar com precisão a causa e o momento das mortes. A ré também reconheceu ter enrolado os corpos em várias camadas de sacos plásticos, colocado-os em malas e lacrado tudo com fita adesiva.
Na defesa, Lee alegou problemas de saúde mental após a morte do marido em 2017. Segundo sua advogada, a acusada teria decidido se matar com os filhos, mas, após tirar a vida das crianças, não conseguiu concluir sua própria tentativa de suicídio. Posteriormente, fugiu para a Coreia do Sul.
Descoberta dos corpos e prisão na Coreia do Sul
O caso só veio à tona em 2022, quando compradores de um leilão online de pertences de um depósito em Auckland encontraram as malas com os restos mortais. A polícia acredita que os corpos ficaram guardados por até quatro anos. Pouco depois, autoridades sul-coreanas localizaram Lee por meio de registros médicos e contatos telefônicos. Ela foi presa em setembro daquele ano, na cidade de Ulsan, e extraditada para a Nova Zelândia.
